Vacinas com limite de idade podem atrasar meta de 70% de vacinados até ao verão, admite Gouveia e Melo
Vice-almirante Gouveia e Melo admite que a limitação etária com "dois tipos de vacinas" pode "condicionar" a "utilização de meio milhão de vacinas" no segundo trimestre e 2,7 milhões no terceiro.
A limitação etária em “dois tipos de vacinas” pode “condicionar” a “utilização de meio milhão de vacinas” no segundo trimestre e 2,7 milhões no terceiro, admite o coordenador da task force de vacinação, apesar de sublinhar que a partir deste segundo trimestre haverá uma maior disponibilidade de vacinas, o que permite aumentar o ritmo de vacinação contra a Covid-19. Esta condicionante pode atrasar a meta de ter 70% da população vacinada até ao verão, admitiu Henrique Gouveia e Melo.
Num ponto de situação sobre o plano de vacinação contra a Covid-19, o vice-almirante destacou que a partir deste segundo trimestre se verifica uma “ligeira evolução positiva da disponibilidade de vacinas, uma vez que o país espera receber “9,2 milhões de vacinas”. Esta disponibilidade “tem crescido exponencialmente e vai estabilizar a partir de maio”, disse o coordenador da task force durante a reunião do Infarmed, destacando que o país vai atingir ainda esta terça-feira o marco das três milhões de doses administradas.
Contudo, numa alusão ao facto de a vacina da AstraZeneca estar só a a ser administrada a pessoas com mais de 60 anos e de a vacina da Janssen, farmacêutica do grupo Johnson & Johnson vir a poder seguir o mesmo caminho (decisão ainda não foi comunicada oficialmente), o vice-almirante aponta que “o limite de idade de dois tipos de vacinas” que estão a ser administradas “pode condicionar utilização ate meio milhão de vacinas” já no segundo trimestre. Enquanto no terceiro trimestre “as duas vacinas com limitações de idade podem retirar a plano 2,7 milhões de vacinas”, destacou.
Este impacto pode “reduzir o ritmo de vacinação” nomeadamente no terceiro trimestre deste ano e, consequentemente, “atrasar a meta dos 70% da população vacinada” até ao verão, disse Henrique Gouveia e Melo, acrescentando que estão a “ser tomadas medidas para mitigar” esta situação. Estas declarações surgem um dia depois de o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, ter admitido que este objetivo pode ser antecipado para o início de agosto.
Nesse sentido, o coordenador da task force assinalou que “entre agosto e setembro teremos 70% da população vacinada”, o que “equivale equivale a ter o grupo de 30 anos mais todo vacinado”. Também a ministra da Saúde elencou, no final da reunião, que há “temas que condicionam o plano de vacinação”, em curso, nomeadamente o atraso na entrega das vacinas bem como “situações mais complexas que deram origem a medidas mais musculadas” como é o caso das limitações etárias. “Temos respeito escrupuloso pela decisão técnica, mas sabemos que essas duas circunstâncias podem condicionar o nosso plano de vacinação”, admite acrescentando, no entanto, que o objetivo é ter 70% da população vacinada até ao final do verão.
Em termos de objetivos a curto prazo, espera-se que ” daqui a um mês”, mais especificamente na semana de 23 de maio, Portugal tenha a faixa etária com mais de 60 anos todo coberto pela vacinação e até 2 de maio a faixa etária com mais de 70 anos vacinadas. “Em termos estatísticos estamos a cobrir uma faixa etária da população que contribui para 96% dos óbitos por Covid-19”, concluiu o vice-almirante.
(Noticia atualizada às 12h59)
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