Lucro do Santander Totta cai 71% no primeiro trimestre com provisões de 164,5 milhões para pagar rescisões

Santander quer rescindir unilateralmente com 100 a 150 trabalhadores por terem funções redundantes e tem um programa de saídas voluntárias para colaboradores com mais de 55 anos.

O Santander Portugal registou lucros de 34,2 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma redução de 71,2% face ao aos primeiros três meses do ano passado. Um resultado parcialmente explicado pelas provisões de 164,5 milhões para pagar a saída de trabalhadores no âmbito da reestruturação e pela necessidade de constituir imparidades (34 milhões de euros) para fazer face à situação económica desfavorável.

Esta provisão de 164,5 milhões de euros (líquida de impostos) visa “fazer face a uma reestruturação do banco, em especial do quadro de recursos humanos”, explica a instituição. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida anunciou, em março, planos de redução de pessoal envolvendo rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas, o objetivo é que que saiam entre 100 a 150 colaboradores.

Em comunicado o banco explica que já foram feitos 68 acordos de saída do banco com colaboradores resultantes do movimento de redução de agências de 427 para 386 balcões (entre dezembro de 2020 e março de 2021). Mas o banco não vai ficar por aqui. “Nesta data são iniciados os procedimentos tendentes a uma redução unilateral que incluirá os demais colaboradores cujas funções se tornaram redundantes, medida que incluirá entre 100 e 150 colaboradores. Decorre adicionalmente um programa geral voluntário de saídas para colaboradores com 55 ou mais anos de idade (Plano 55+)”, acrescenta a instituição.

“Em junho, após a conclusão deste Plano, será aprovado um plano de reestruturação, cujo âmbito e dimensão será determinado em função dos resultados do Plano 55+”, revela o banco, que tem atualmente cerca de 950 colaboradores com mais de 55 anos.

A instituição liderada por Pedro Castro e Almeida revela que, no final do março, as moratórias, legal e privada, abrangiam cerca de 54 mil clientes, no montante global de 6,4 mil milhões de euros de crédito (16% da carteira total), o que corresponde a uma redução de 25% face ao valor de final de 2020, com o vencimento da moratória privada. Por outro lado, no âmbito das linhas de crédito com garantia do Estado o banco aprovou um conjunto de operações que ascendem a 2,1 mil milhões de euros, abrangendo cerca de 15 mil clientes.

O banco reconhece ainda que “em alguns casos”, ao nível das moratórias privadas, “foi necessário ajustar o plano de pagamentos, uma vez que o impacto do encerramento de algumas atividades inviabilizou que algumas famílias voltassem aos seus rendimentos normais para fazerem face às suas responsabilidades”.

“A redução na geração de receitas comerciais recorrentes continuou a refletir a dificuldade do contexto económico, fruto do aumento do ambiente concorrencial, do nível estrutural negativo de taxas de juro e da menor utilização de serviços bancários, bem como da alteração profunda e estrutural da forma de interação dos clientes com o banco – tendência que tem acelerado fortemente nos últimos trimestres em resultado da alteração dos hábitos dos consumidores na procura de serviços bancários”, explica o banco em comunicado.

Ainda assim, as receitas no primeiro trimestre estão “influenciadas positivamente pela geração de receitas não recorrentes associadas à gestão da carteira de títulos”. Em causa estão 140 milhões de euros que impactaram positivamente as contas.

O banco revela ainda que o total de crédito a clientes foi de 43 mil milhões de euros, uma subida de 5% face ao período homólogo; os recursos de clientes totalizaram 43,8 mil milhões, uma subida de 5% face ao mesmo período do ano passado, nomeadamente graças a um aumento de 3,5% dos depósitos. As quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação situaram-se em 21,5% e 21,9%, respetivamente. E o número de clientes digitais aumentou em termos homólogos 21,7%, atingindo 970 mil, enquanto o número de clientes de banco principal teve um crescimento de 4,4%, atingindo os 816 mil.

Em Espanha, o grupo Santander anunciou lucros de 1.608 milhões de euros no primeiro trimestre, quase cinco vezes mais que um ano antes, quanto teve de constituir provisões de 1,6 mil milhões de euros devido à pandemia.

(Notícia atualizada com mais informação)

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