Se situação continuar, esta crise será pior do que a de 2012, diz presidente do Santander Totta

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

O presidente executivo do banco espanhol considera que que se a crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus continuar, a crise económica poderá ser pior do que a última, de 2012.

O presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro Almeida, considera que se a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 continuar, a crise económica poderá ser pior do que a última, de 2012.

Num seminário pela internet organizado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), na quarta-feira, o gestor foi questionado sobre o que acontecerá após o fim das moratórias de crédito, o regime legal que permite a empresas e particulares suspenderem o pagamento dos empréstimos aos bancos até 31 de março de 2021.

Pedro Castro Almeida considerou que o período pós moratória “não vai ser um drama” se depois da queda da economia este ano (em que se estima um recuo de 10% do Produto Interno Bruto) houver “uma recuperação relativamente rápida no próximo ano”, incluindo com pré-reservas de turismo para primavera e verão que ajude à melhoria da economia.

Contudo, já “se a situação continuar, acho que podemos ter uma situação bastante pior do que foi a última crise de 2012”, acrescentou.

O presidente do banco detido pelo grupo espanhol Santander também considerou que o período após o atual regime de lay-off poderá ser duro em termos de desemprego.

No início da pandemia, disse, o desemprego atingiu sobretudo trabalhadores temporários, precários, muitos deles emigrantes a trabalhar na restauração e hotelaria, sendo que de futuro podem somar-se a esses muitos outros com o fim do atual regime de ‘lay-off’. “O segundo impacto tem a ver com desemprego pós-verão. Nas empresas, a palavra de que mais vamos ouvir falar é eficiente, muitas empresas depois destes meses vão pensar na eficiência e na redução do quadro de pessoal”, anteviu.

O atual regime de lay-off simplificado destina-se a apoiar empresas afetadas pela crise desencadeada pela covid-19 e a conter o aumento do desemprego. Os trabalhadores têm direito a receber dois terços da sua remuneração normal ilíquida com limites mínimo de 635 euros e máximo de 1.905 euros, sendo o valor financiado em 70% pela Segurança Social e em 30% pela empresa. A empresa fica isenta do pagamento da Segurança Social dos trabalhadores em ‘lay-off’.

Por fim, sobre o Banco de Fomento, Castro Almeida vê essa entidade com “expectativa” e considera que pode contribuir “para agilizar processos”, afirmando que há bons exemplos de bancos de fomento em França e na Alemanha, mas também lembrou que já existe há uns anos uma estrutura desse género para sair do papel.

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