Este verão as garrafas de plástico servem para fazer beachwear, não ficam no areal

A Greenin é uma marca que aposta em materiais orgânicos ou reciclados, provenientes de desperdícios industriais ou têxteis. As coleções são produzidas em pequenas quantidades de forma a evitar stocks.

Os consumidores estão cada vez mais exigentes com a origem daquilo que vestem e a procura por roupa sustentável tem vindo a ganhar destaque. A Greenin, marca nacional de activewear, nasceu no Porto em plena pandemia com a missão de ser 100% sustentável e com o propósito de eliminar uma lacuna no mercado: a escassez de roupa desportiva assente em critérios de sustentabilidade.

A Greenin aposta assim em materiais orgânicos ou reciclados, provenientes de desperdícios industriais ou têxteis e foi criada por Cristina de Almeida, CEO da Greenin e consultora de imagem especializada em styling sustentável que se deparou com algumas dificuldades em encontrar “marcas verdadeiramente sustentáveis” para clientes com um estilo mais desportivo. A CEO viu nesta lacuna falha uma oportunidade de negócio e assim nasceu a ideia de criar a marca.

“Decidimos focar-nos no activewear porque sentimos que existia uma lacuna muito grande no mercado. Uma das nossas filosofias é responder a necessidades concretas de micro-comunidades. Temos uma produção pequena e temos a facilidade de adaptar rapidamente os produtos”, conta ao Capital Verde, Pedro Graça, CCO da Greenin.

Em todo o processo são usadas técnicas eco-friendly, como a impressão com tintas de pigmentos à base de água e com menor toxicidade. Além da aposta em sustentabilidade, a Greenin dá primazia a fornecedores locais, como forma de estimular a economia nacional e reduzir a pegada ecológica dos produtos. Pedro Graça conta que a origem dos materiais reciclados é “preferencialmente de fornecedores portugueses”, mas alerta que “nem sempre é uma escolha é fácil porque não existem em abundância”. Acrescenta ainda que “quando não são fornecedores portugueses são italianos”.

Poliéster reciclado a partir de garrafas de plástico, poliamida de sobras ou matérias em desuso e algodão orgânico são os materiais usados nesta coleção sustentável. A poliamida é reciclada em Itália através de um processo a altas temperaturas, sem adição de químicos, com a particularidade de poupar energia e água, em relação à produção de poliamida normal, enquanto o poliéster tem origem portuguesa.

Decidimos focar-nos no activewear porque sentimos que existia uma lacuna muito grande no mercado.

Pedro Graça

CCO da Greenin

Calções de desporto, leggings, corsários, soutiens de desporto, tops em malha e t-shirts impressas com tintas à base de água são algumas das peças que a marca tem à venda através do seu canal online. A Greenin vai agora alargar a coleção e vai apostar brevemente em casacos, hoodies, outro tipo de calções e t-shirts. Os preços rondam os 60 a 100 euros e estas peças sustentáveis destinam-se essencialmente a um público entre os 40 e 55 anos.

As coleções desta marca nacional são produzidas em pequenas quantidades, uma forma de evitar stocks e desperdícios, um dos principais problemas da indústria da moda. “Queremos apostar em mais oferta, mas não trabalhamos com coleções sazonais é uma forma de evitar excedentes de roupa”, conta Pedro Graça.

As embalagens da Greenin obedecem também às práticas de eco-design, são compostáveis, feitas de um bio-polímero, milho biológico e palha de trigo. São certificadas em todo o mundo e têm que garantir que se decompõem no prazo de 90 dias em compostagem comercial e 180 dias em condições domésticas, sem deixar resíduos nocivos. O CCO da marca conta que aboliram as etiquetas em papel e toda a informação imprescindível é impressa no próprio tecido.

Greenin aposta em coleção de calções de banho 100% sustentáveis

Com o verão quase à porta, esta marca nacional vai apostar numa coleção de calções de banho para homem 100% sustentáveis, já a partir de maio. Pedro Graça adiantou ao ECO que serão quatro modelos de calções de banho, sendo que três deles são feitos a partir de garrafas de plástico do mar e das praias e o quarto a partir de excedentes da produção têxtil.

A marca está no mercado português desde fevereiro de 2021, mas quer voar mais longe e na próxima semana vai começar a trabalhar o mercado croata através de uma agência de marketing local. O objetivo é exportar as peças para a Croácia.

Além de estar aliada à sustentabilidade, a Greenin tem também tem uma componente artística. O CCO conta ao Capital Verde que têm uma linha exclusiva que reproduz obras de artistas portugueses como é o caso do artista plástico Falcão. A título de exemplo, a marca comercializa uns calções intitulados precisamente “Falcão”, que sao uma reprodução à escala do trabalho do artista portuense. “Parte das receitas das vendas reverte para apoiar projetos artísticos nacionais”, conta Pedro Graça.

Por cada peça de vestuário vendida, a Greenin planta uma árvore, em parceria com a associação ambiental Zero. Até ao momento já foram entregues donativos para plantar 147 árvores.

 

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