Brasileiros investem 30 milhões no Douro e compram Horta Osório Wines
Os ativos da quinta incluem um conjunto de propriedades com 55 hectares, dos quais dez hectares são de vinhas velha. Durante este ano os brasileiros querem lançar os primeiros vinhos da marca.
Depois da aquisição da Quinta da Costa e Sol, em 2019, os empresários brasileiros Rubens Menin e Cristiano Gomes compraram a Osório Wines (H.O). Os ativos da quinta incluem um conjunto de propriedades num total de 55 hectares, dos quais dez são de vinhas velhas, em alguns dos melhores terroirs do Douro. Um investimento total de 30 milhões de euros que visa juntar o legado histórico e artesanal que define o ADN da região do Douro e as mais modernas técnicas de viticultura e enologia.
Para além da Quinta do Pontão, onde está localizada a casa da família, situada no centro da Vila da Cumieira, os ativos incluem ainda uma adega com as mais modernas tecnologias de vinificação construída em 2012 e projetada pelos arquitetos Frederico Valsassina e João Horta Osório Charters Monteiro. A adega tem condições para realizar eventos e provas no âmbito da atividade do enoturismo.
O projeto vitivinícola familiar que produz vinhos de alta qualidade na Região Demarcada do Douro (Baixo Corgo), desde o século XVIII é uma marca de referência em Portugal. “Estamos muito felizes por continuar o legado de uma família como a Horta Osório, a quem o Douro tanto deve”, diz Cristiano Gomes, administrador do Menin Douro Estates, em comunicado. Simultaneamente, a família vê neste negócio a continuidade de um projeto visionário implantado na última década.
O principal objetivo do grupo é trabalhar as marcas Horta Osório e Menin no mercado nacional e brasileiro, tendo em conta que consideram que “a complementaridade das marcas é evidente, bem como o potencial de crescimento conjunto”.
Estamos muito felizes por continuar o legado de uma família como a Horta Osório, a quem o Douro tanto deve.
Portugal é neste momento o segundo maior exportador de vinhos para o Brasil, concorrendo com o Chile, mesmo quando, ao valor inicial da palete são acrescidos 150% em impostos. Entre 2015 e 2019, o crescimento foi imparável: o volume exportado cresceu 88%.
Apesar da pandemia, em 2020 a tendência de crescimento das exportações para este mercado manteve-se sólida. “Para já, Portugal e Brasil são as prioridades, mas assim que estes mercados estejam cimentados a ideia é alargar o raio de ação para mercados como a União Europeia, o Reino Unido e os EUA“, explica o grupo.
A Menin Douro Estates chegou Portugal em 2019 com o objetivo de “fortalecer o legado histórico do Douro, fazer grandes vinhos e colocá-lo nas bocas do mundo”. Até ao momento foram recuperados onze hectares de vinhas velhas e, durante este ano, os investidores brasileiros vão lançar os primeiros vinhos da marca.
“A nossa chegada não representa concorrência para o Douro, não estamos a tirar o lugar a nenhum dos grandes players existentes. Há um mercado imenso para todos crescermos”, destaca o administrador do Menin Douro Estates.
De acordo com os empresários brasileiros que detêm a Menin Douro Estates, “o amor pelo Douro e o objetivo de produzir vinhos de alta qualidade não tolda o foco na visão económica”, tendo em conta que este é um projeto que visa a sustentabilidade económica, a criação de postos de trabalho numa visão de longo prazo. A perspetiva é que o retorno operacional deste investimento de 30 milhões de euros seja atingido a partir do quarto ou quinto ano.
Os dois empresários têm a convicção de que existe no Douro um “mercado com enorme potencial de crescimento” e destacam que “cada vez mais, os consumidores valorizam a diversidade de castas autóctones e os vinhos de terroir, sendo o Douro um ex-libris mundial a esse nível. Sendo expectável o crescimento do preço por litro dos vinhos do Douro”.
Com estas aquisições, até ao momento foram criados 26 postos de trabalho um número que se prevê que venha a aumentar num futuro próximo. Para além do crescimento orgânico, a MENIN não descarta novas aquisições no futuro, sempre com base na sustentabilidade económica das possíveis compras.
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