Mapfre lucra um milhão em Portugal até março, a cair 33%
A receita de prémios na filial portuguesa avançou ligeiros 0,4% até final de março. A parceria de distribuição da Mapfre com o Santander alcançou 10,6 milhões de euros em prémios no trimestre.
A Mapfre cresceu 3% em volume de prémios na divisão regional Iberia (Espanha e Portugal) no primeiro trimestre de 2021 (1ºT), alcançando 2 485 milhões de euros e a gerar 108,3 milhões de euros de lucro, mais 4,9% em comparação com igual período do ano anterior. Enquanto Espanha faturou 2,454 mil milhões em prémios (+2,9%), os restantes 30,9 milhões de euros foram gerados pela atividade em Portugal (+0,4% em variação homóloga), detalha informação da seguradora.
O resultado alcançado em Espanha ascendeu a 107,3 milhões (+5,5% em variação homóloga), mantendo-se o mercado que mais contribui para os lucros do grupo segurador. Portugal gerou um milhão de euros de lucro, menos um terço em comparação com o apurado em março de 2020.
Comparando as variações homólogas com as de um ano antes no conjunto da Ibéria, o crescimento deste ano também não foi suficiente para compensar as quebras relativas reportadas em março de 2020, nomeadamente de -4,4% nos prémios e de quase -14% no resultado. No que respeita à operação em Portugal, a Mapfre indicou 30,7 milhões de euros de prémios no final de março de 2020, em quebra de 8,4% face a igual período de 2019. Quanto ao resultado atribuível, o mercado português gerou 1,5 milhões no final de março de 2020, a crescer 55% face ao 1ºT de 2019. No entanto, o rácio combinado calculado para a operação portuguesa melhorou, dos 99,3% há um ano, para 97,7% no final de março 2021.
Na região ibérica – que inclui Mapfre España, a filial em Portugal (Mapfre Seguros), além do negócio Vida (Mapfre Vida) e filiais do grupo na área bancasseguros – a evolução por ramos mais relevantes mostra progressão nos seguros gerais (3,6%, para 710,7 milhões de euros), mais 7,7% em Saúde e Acidentes, para 697,1 milhões e, nos prémios auto, acréscimo de 1,3%, para 538,7 milhões de euros. O negócio Vida registou variação negativa, com a quebra mais acentuada (-2%) no segmento Vida poupança, para 299,1 milhões de euros.
Particularizando a evolução do negócio no mercado espanhol, a Mapfre cifra em mais de 6 milhões o número de veículos segurados por sua conta, enquanto os seguros gerais beneficiaram da progressão do seguro habitação e administração local (‘comunidades’).
Ainda, de acordo com o relatório financeiro do 1ºT 2021, a parceria Santander Mapfre (estabelecida para distribuição de seguros) alcançou 10,6 milhões de euros de prémios emitidos até final de março. A aliança comercial com o grupo bancário foi reforçada recentemente, com novo acordo, através do qual a oferta de banca retail do Santander estará disponível na rede de agências (3000) e mediadores (8000) da seguradora. Em cada agência Mapfre haverá um pequeno balcão, ponto de acesso aos serviços do banco Santander.
Globalmente, o grupo atingiu receita total de 7,3 mil milhões de euros até final de março, com a unidade de seguros a gerar 4,94 mil milhões de euros, menos 3% face a igual período do ano anterior. Em base de câmbios constantes, os prémios cresceram 4,2%, salientou a mútua em comunicado.
Fernando Mata (CFO), através de breve comunicação em vídeo, comentou o desempenho da Mapfre no trimestre. “O negócio nos principais mercados continua a mostrar evolução muito sólida”, afirmou o administrador.
O negócio segurador gerou resultado bruto próximo de 342 milhões (+17,4% face ao homólogo), mas após impostos e desconto de interesses minoritários, o grupo apurou 173,3 milhões de euros de lucro atribuível [à sociedade dominante], evidenciando crescimento de 36,7% face ao apurado no 1ºT de 2020 e a subida a ser explicada com os resultados das unidades Mapfre Re e Assistência, segundo o relatório.
A receita global consolidada quase estabilizou (-0,4%) face a março de 2020, com o valor dos prémios (seguro e resseguro) a acercar-se de 5,9 mil milhões (+3,2% a câmbios constantes, mas a recuar 3,3% quando considerada a depreciação das moedas de países onde a companhia opera).
Em não Vida e para a totalidade do perímetro do grupo, o total de prémios emitidos (e aceites) diminuiu 2,6%, para 4,77 mil milhões de euros, enquanto o negócio Vida recuou 6,2%, para cerca de 1 126 milhões. Rácios de sinistralidade e gastos (não Vida) desceram, permitindo melhoria do rácio combinado, de 100,0%, em março de 2019, para 94,3% no 1ºT 2021.
Apesar dos efeitos da pandemia, os mercados da Mapfre na região LATAM registaram trimestre lucrativo (o grupo opera em 17 países da região), assim como a Mapfre Re, a que o comunicado atribui “bom comportamento”. A unidade de resseguro gerou 32 milhões de euros de benefícios até março.
Segundo desenvolve o comunicado, os sinistros derivados da pandemia (Covid-19) ascenderam a 109 milhões de euros. Deste montante 77% correspondem à LATAM (mercados da América Latina).
O impacto da tempestade Filomena (fenómeno de neve, em fevereiro, considerado um dos três eventos atmosféricos de maior impacto nos últimos 25 anos em Espanha) custou quase 20 milhões de euros ao grupo, repartidos pela subsidiária de resseguro e a conta Espanha.
Por fim, a Mapfre indica que o rácio Solvência II era de 192,9% (provisório e reportado a dezembro de 2020), “refletindo grande resiliência e solidez do balanço”.
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