Sindicatos aplaudem Declaração do Porto mas pedem investimento no emprego
Confederação Europeia de Sindicatos aplaude declaração assinada pelos líderes europeus, mas diz ser necessário um "investimento massivo" para criação de empregos.
A Declaração do Porto, assinada pelos líderes europeus, é “um resultado importante” para uma “Europa mais justa”, mas é necessário um “investimento massivo” para a criação de empregos, defendeu a Confederação Europeia de Sindicatos.
“É um resultado importante e poderá ser o princípio de uma Europa mais justa”, considerou o secretário-geral da ETUC, Luca Visentini, através de um comunicado, referindo-se ao documento assinado esta manhã pelos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) reunidos em Conselho informal, no Porto.
O dirigente da ETUC classificou como “muito positivo” que os líderes europeus tenham chegado a acordo quanto à necessidade de “deixar de lado o PIB como única medida de êxito económico e passar para um foco que dê prioridade ao bem-estar das pessoas”.
Com esta declaração, os 27 comprometem-se a reduzir as igualdades, defender o estabelecimento de salários justos e combater a pobreza e a discriminação, o que mereceu elogios por parte da ETUC.
Luca Visentini ressalvou, contudo, que “a gestão das necessárias transições verde e digital requer muito mais do que um aumento da formação”, apontando para a necessidade de investimento na criação de empregos na UE.
“Para evitar a criação de buracos negros no emprego em toda a Europa, é necessário um investimento massivo na criação de postos de trabalho de qualidade e de novas indústrias”, defendeu o responsável sindical, acrescentando que tal investimento “deve partir de um diálogo entre governos, empresários, sindicatos e sociedade civil”.
Por sua vez, a secretária da ETUC, Liina Carr, qualificou o PIB como “um mau indicador do bem-estar dos cidadãos”, apontando para a necessidade de “uma nova forma de medir o bem-estar económico que coloque as pessoas acima dos lucros”.
A Declaração do Porto constitui, por isso, “um passo importante com vista à criação da visão de uma Europa social”, sublinhou a responsável.
Os chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros da UE reuniram-se esta manhã em Conselho informal, no Palácio de Cristal, no Porto, um dia após a Cimeira Social, que decorreu no edifício da Alfândega da mesma cidade.
Definida pela presidência portuguesa como ponto alto do semestre, a Cimeira Social tem no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março, que prevê três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, em risco de pobreza e exclusão social.
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