Vacinas contra a Covid provocaram mais de 5 mil reações adversas em Portugal

Foram reportados 5.359 casos de suspeitas de reações adversas à vacina contra a Covid-19 em Portugal. Sete em cada 10 reações adversas estão potencialmente associadas à vacina da Pfizer.

Desde que arrancou a campanha de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, foram registadas mais de cinco mil reações adversas no portal RAM após a toma de vacinas, em mais de três milhões de doses administradas. Trata-se, portanto, de uma taxa de notificação de apenas 0,15%. A maioria das reações adversas continuam a ser associadas à vacina da Pfizer.

Neste momento, há já quatro vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) e que estão atualmente a ser administradas em Portugal são elas: Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca/Oxford (atualmente apelidada Vaxzevria) e Janssen. Em território nacional, já foram reportadas 5.359 reações adversas notificadas no portal RAM e potencialmente associadas à toma das vacinas contra o novo coronavírus, num universo de mais 3,65 milhões de doses administradas, segundo consta no relatório divulgado pelo Infarmed.

Importa sublinhar que estes são casos “potencialmente associados à vacinação”, pelo que “não têm necessariamente uma relação causal com a vacina administrada”, sublinha a entidade liderada por Rui Ivo. Assim, do total de mais de cinco mil reações notificadas, 3.942 dizem respeito à vacina da Pfizer (73,56%), 1.122 da AstraZeneca (20,94%) e 295 da Moderna, não havendo, para já qualquer reação adversa após a toma da Jassen, em mais de seis mil doses administradas no país da farmacêutica norte-americana.

Sete em cada 10 reações adversas associadas à Pfizer

Neste contexto, e à semelhança do que tem acontecido na generalidade dos países europeus, a maioria das suspeitas de reações adversas detetadas em Portugal continua a referir-se à vacina da Pfizer: 3.942. Trata-se, portanto, de 73,56% do total e um valor ligeiramente abaixo dos 81,1% reportados no início do mês anterior, tal como constava na plataforma europeia de vigilância de reações adversas EudraVigilance. Até à passada sexta-feira, já tinham sido administradas em Portugal mais de 2,5 milhões de doses da Pfizer em Portugal, o que significa que a percentagem de reações adversas notificadas é de apenas 0,16%.

Quanto à vacina da AstraZeneca foram notificadas 1.122 reações adversas em Portugal, o que representa 20,94% do total. Se compararmos com os dados reportados na plataforma europeia até 3 de abril, em termos absolutos, o número notificações mais do que duplicou, já que nessa altura foram reportadas 535 reações. Não obstante, a taxa de notificação de reações adversas relativamente a esta vacina mantém-se baixa: 0,13% do total de doses administradas (834.912).

Por fim, no que concerne à vacina da Moderna foram notificadas 295 reações adversas em Portugal (também quase o dobro das reações notificadas até 3 de abril), de um total de mais de 287 mil doses administradas. Contas feitas, isto significa que do total de reações adversas detetadas no país, apenas 5,5% foram da Moderna, o que poderá também ser explicado pelo facto de haver menos doses disponíveis desta vacina. Trata-se, portanto, de uma taxa de notificação de 0,10%.

Maioria das reações não são graves

Com a chegada de uma a maior disponibilidade de vacinas, o país tenciona entrar agora na velocidade cruzeiro na vacinação. A task force previa começar esta semana a administrar 100 mil doses de vacinas por dia, contudo, esta meta foi antecipada e atingida já na semana passada. Nesse contexto, e dada uma maior quantidade de vacinas administradas é natural que os valores absolutos de reações adversas tendam a aumentar, contudo, no que diz respeito às taxas de notificações é visível que se mantêm estáveis.

Entre os tipos de reações adversas reportadas, a maioria dizem respeito a reações consideradas “não graves”: 2.997 (55,92%), seguindo-se as reações “graves” (2.328, o que representa 43,44% do total 2.328). Em Portugal, apenas foram reportadas 34 reações fatais, que incluem “notificações de casos de morte ocorridos após a vacinação sem relação causal direta demonstrada com a vacina administrada”, aponta o Infarmed, sublinhando que a a maioria ocorrem em idosos cujo historial clínico é mais frágil, alguns dos quais “com diversas comorbilidades”.

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