Enfermeiros merecem “condições melhores” apesar de “não haver dinheiro ilimitado”, diz Marcelo

No dia do Enfermeiro, o Presidente da República agradeceu o esforço feito por esta profissão na pandemia e pediu mais condições. Enfermeiros manifestam-se em Lisboa por mais direitos.

Em visita à Santa Casa de Arcos de Valdevez esta quarta-feira, Dia do Enfermeiro, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu o trabalho destes profissionais antes e durante a pandemia, pedindo mais condições para esta profissão apesar de reconhecer que não há “dinheiro ilimitado em Portugal”. Um recado que surge no dia em que os profissionais se manifestam em Lisboa para exigir soluções.

“Os enfermeiros foram, na linha da frente, os heróis que enfrentaram a pandemia. Não foram os únicos, mas foram decisivos”, disse o Presidente da República, acrescentando que estiveram em “toda a parte”: Serviço Nacional de Saúde, misericórdias, IPSS, lares, escolas, até em casa dos utentes que necessitavam.

Por isso, e também pelo seu trabalho que por diversas vezes tem horários alargados, “os enfermeiros merecem não só uma palavra de agradecimento, mas [também] que se lhes dê condições melhores para serem enfermeiros“. “É a melhor medalha que se lhes pode dar: pensar neles permanentemente, no seu estatuto e nas suas condições de trabalho”, acrescentou.

Não temos dinheiro ilimitado em Portugal, mas, dentro do que temos, que se pense nos enfermeiros, na saúde, na solidariedade social, naquilo que foi posto à prova durante um ano e uns meses”, declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda uma palavra aos portugueses para aguentarem a reta final da pandemia: “Estamos mais peto do fim da pandemia mas não estamos ainda lá. Falta o fim, e as vezes é o mais difícil de todo (…) neste período [que falta] vamos fazer um esforço para os indicadores não piorarem de tal maneira que se tenha de fechar concelhos”.

Enfermeiros manifestam-se por mais direitos

Os enfermeiros querem condições, mas também direitos. Esta quarta-feira, cerca de três centenas de enfermeiros estão a desfilar pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, numa manifestação que visa assinalar o Dia Internacional do Enfermeiro e exigir a resolução dos problemas que afetam a classe.

Os enfermeiros afirmam que “o Governo mantém a injustiça de não progredir 20 mil enfermeiros e promove outras” como a “sistemática desregulamentação dos horários de trabalho”, a “contratação precária” e “o aumento dos contextos de trabalho a que os enfermeiros têm que dar resposta sem aumentar o número de efetivos”.

Esta quarta-feira o Ministério das Finanças informou que seriam contratados 630 novos enfermeiros entre os 2.474 profissionais de saúde que podem vir a ser integrados no SNS. Mas não parece ser suficiente, uma vez que uma das palavras de ordem da manifestação desta quarta-feira é meso “com a pandemia a contratação já é tardia”.

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