“Por muito que se desenvolva a ferrovia, não haverá um comboio à porta de cada um”, alerta Costa

O primeiro-ministro enaltece a importância de se desenvolver a ferrovia, mas avisa que por muito que se invista neste campo, "não haverá um comboio à porta de cada" cidadão.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê um investimento de 520 milhões de euros em infraestruturas, que será aplicado no aumento da capacidade da rede, em ligações transfronteiriças e nas acessibilidades rodoviárias. O primeiro-ministro sublinhou a importância de se investir neste campo, sobretudo na ferrovia, mas avisa que “não haverá um comboio à porta de cada um”.

“A esmagadora maioria do investimento que a Infraestruturas de Portugal (IP) tem de fazer na próxima década é na ferrovia”, disse António Costa esta segunda-feira, durante a apresentação do Programa de Investimentos em Infraestruturas incluídos no PRR. “Não obstante o país ter-se dotado de uma boa rede de itinerários, há ao longo de todo o país uma infinidade de pequenas grandes obras que estão ainda por executar“, acrescentou.

Um dos principais objetivos destacados pelo primeiro-ministro — e para o qual estão destinados 65 milhões de euros — é a transformação da região fronteiriça. “Temos de ser um país de duas frentes. A mudança é absolutamente estruturante para termos capacidade de aumentar o potencial”.

E, nesse ponto, referiu a importância de se apostar em Bragança. “Com este investimento, a cidade portuguesa mais próxima de uma estação de TGV e a uma menor distância de tempo de Madrid passará a ser Bragança. A região mais desenvolvida de toda a península é Madrid, temos de desenvolver essa nova centralidade através da boa dotação de infraestruturas desta faixa do interior“, explicou.

Contudo, apesar de todo o investimento que está previsto para a ferrovia, o primeiro-ministro deixou um aviso: “Por muito que desenvolvamos a ferrovia, não vamos ter um comboio à porta de cada um”. Contudo, Costa terminou o discurso afirmando: “Temos de fazer este investimento”.

Importância das rodovias para reduzir emissões de gases com efeito estufa

Costa falou ainda no objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito estufa, referindo que isso será possível “ao encurtarem-se distâncias e ao desviar-se o trânsito do centro de centros urbanos“. “A única grande via [rodoviária] é de Beja a Sines, todas as outras intervenções são de poucos quilómetros, mas são pequenas grandes obras que transformam radicalmente um território”, acrescentou.

O Chefe de Governo referiu-se ainda às negociações com a Comissão Europeia, dirigindo-se e elogiando Nélson de Sousa. “Foi uma negociação difícil. Após largos anos de experiência nestas negociações com Bruxelas, onde se desenvolveu uma alergia em relação às estradas e a ideia de que este país tem estradas a mais“, disse.

“Estas são obras decisivas para melhorar a competitividade e a coesão territorial do país, para que existam áreas de localização empresarial mais competitivas e melhores acessos transfronteiriços, ao mesmo tempo em que se desvia dos centros urbanos grande parte do tráfego que continua a prejudicar a qualidade de vida“, rematou.

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