Norte-americanos mostram “apetência” pelo pastel de nata. Panidor duplica vendas
Este embalo permitirá expandir a pegada da Panidor nos Estados Unidos, estando a trabalhar para alargar os acordos de distribuição.
A fabricante de padaria e pastelaria ultracongelada portuguesa Panidor duplicou as vendas nos Estados Unidos desde o início de 2021, numa altura em que o mercado norte-americano está a demonstrar grande apetência por pastéis de nata importados.
“Aquilo que tem sido interessante nos últimos anos foi o pastel de nata deixar de ser visto como um produto de nicho e como produto étnico”, disse à Lusa Sílvio Cabecinhas, responsável de exportação da Panidor. “Temos já clientes significativos que passaram o pastel de nata para a pastelaria normal e sobremesas, e não no cantinho étnico”, exemplificou.
Com maior volume de vendas para a costa Leste, em especial Nova Iorque e Newark, a Panidor também está a crescer em estados como a Califórnia, tendo um acordo com a cadeia Seabra para várias regiões, e outros projetos a começar, incluindo em Miami, na Flórida.
“O mercado dos Estados Unidos para mim, enquanto responsável de exportação, é um dos mercados alvo que temos. Sempre identifiquei como tendo um potencial muito grande”, disse Sílvio Cabecinhas. “O que tenho notado é que há uma apetência pelos nossos produtos“, comentou.
Frisando a intensa concorrência neste mercado e as questões logísticas relacionadas com transporte e custos associados, o responsável explicou que todos os produtos são estabilizados sem conservantes através da ultracongelação.
“A forma como vendemos mais é o pastel de nata cru, pronto para ir ao forno”, afirmou Cabecinhas. Também há a vertente do pastel já cozido e congelado, “que pode ser regenerado pelo cliente para vender ou vendido congelado para a pessoa fazer em casa”.
O responsável referiu que, embora este ainda seja um produto muito virado para as comunidades portuguesas, há um alargamento da procura relacionado com a evolução da imagem de Portugal, que beneficiou a reputação dos produtos portugueses.
Isso ajuda a explicar que a cadeia de mercearias Trader Joe’s tenha lançado recentemente uma oferta sazonal de pastéis de nata congelados a nível nacional. Descrevendo-os como “Portuguese Custard Tarts”, a marca conta as origens do pastel de nata no seu ‘site’ e sublinha a enorme procura pelo produto, avisando que vai “praticamente voar” das prateleiras.
“Nos últimos anos sentiu-se que a marca Portugal se tornou uma marca forte“, elaborou Sílvio Cabecinhas, “e os produtos acabam por estar a empurrarem-se uns aos outros, sendo reconhecidos como produtos de excelência”.
O responsável acredita que este embalo permitirá expandir a pegada da Panidor nos Estados Unidos, estando a trabalhar para alargar os acordos de distribuição. Uma das possibilidades passa pela cadeia Costco, com a qual a empresa já tem acordos noutros países, nomeadamente Austrália.
“No Canadá temos conseguido aumentar as vendas de forma regular e acredito que os Estados Unidos são outro mercado onde isso também pode ser feito”, afirmou o responsável. Os produtos da Panidor estão agora disponíveis nos supermercados canadianos Sobeys.
Além do pastel de nata, que “nos últimos anos conseguiu deixar de ser visto como um produto procurado pelos portugueses para ser um produto procurado um pouco por todo o mundo”, também está a crescer a procura por broa de milho, croissant de manteiga e pães de fermentação natural.
Um dos segredos da empresa, segundo explicou Cabecinhas, é que só usa farinhas ibéricas. “As farinhas têm mais sabor na zona mediterrânea, a zona natural do trigo”, indicou. É uma questão de qualidade, mas também de origem. “Uma coisa que hoje em dia se fala cada vez mais é a autenticidade. O facto de ser um produto que vem de Portugal, tipicamente português, gera mais procura pela autenticidade“, salientou.
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