Ministérios setoriais na calha para o edifício-sede da Caixa

Pastas como a Administração Interna ou a Defesa deverão ficar excluídas de uma futura mudança para o Campo Pequeno, em Lisboa. Banco do Estado já não está sozinho no edifício.

A transferência de ministérios dispersos por várias localizações para o edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos deverá abranger apenas pastas setoriais, como a Economia, Planeamento, Ambiente ou Finanças, apurou o ECO. De fora ficam os ministérios que cumprem funções de Estado, como os da Administração Interna e da Defesa.

Luís Marques Mendes avançou este domingo no seu espaço habitual de comentário na SIC que existiam “conversações entre o Governo e a CGD para que vários ministérios que estão dispersos pela cidade de Lisboa serem transferidos para o edifício-sede da CGD”.

A informação foi confirmada ao ECO esta segunda-feira pela Presidência do Conselho de Ministros: “Existem conversações preliminares entre o Governo e a CGD com vista a avaliar a eventual utilização pelo Estado de espaço livre no edifício-sede daquela instituição bancária”.

A mudança serviria os interesses de ambas as partes. No caso do Governo promoveria uma maior racionalização na utilização dos imóveis do Estado e uma maior proximidade entre os ministérios. Para a Caixa representa uma oportunidade para rentabilizar as partes do edifício que estão desocupadas.

O presidente executivo do banco público abordou o tema na conferência de apresentação dos resultados de 2019, em janeiro do ano passado. “O que a Caixa sabe é que não continuará a ocupar este espaço sozinha”, disse Paulo Macedo, citado pelo Dinheiro Vivo, lembrando que o banco será “cada vez mais digital” e “eficiente”, necessitando por isso de menos recursos humanos.

O Grupo tinha 11.178 empregados no final do ano passado, segundo o último relatório e contas, quase metade dos 23.083 contabilizados uma década antes. A maior fatia diz respeito à CGD Portugal (atividade bancária), que emagreceu de 9.672 para 6.244 colaboradores.

A outra Caixa Geral do edifício

A obra com 205 mil metros quadrados e 15 pisos, estreada em 1994, já alberga um serviço público. A Caixa Geral de Aposentações, que gere as pensões dos funcionários públicos, mudou-se para o edifício da Avenida João XXI em 2018, deixando a morada na esquina da Avenida de Berna com a 5 de Outubro, que foi sede do Banco Nacional Ultramarino e agora pertence à Segurança Social.

Além do espaço disponível, a opção prendeu-se com o facto de a CGD prestar serviços à Caixa Geral de Aposentações. Resta saber se virá a ter a companhia dos ministérios, cumprindo um propósito que remonta, pelo menos, a 2004, quando foi criado um grupo de trabalho para estudar a concentração, liderado pelo então ministro-Adjunto, José Luís Arnault.

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