BE disponível para negociar com PS. “Não atuamos por ressabiamento, não temos estados de alma”

O Bloco de Esquerda garante que "não ficou zangado" pelo PS ter "fechado a porta" a uma nova geringonça pós eleições de 2019 e está disponível para negociar com o PS. "Não atuamos por ressabiamento".

Catarina Martins diz que “nada foi mais importante” para o PS, nas eleições legislativas de 2019, do que atacar a esquerda, mas garante que o Bloco de Esquerda “não ficou zangado” pelos socialistas terem “fechado a porta” a uma nova geringonça, após essa ida às urnas. A coordenadora mostra-se, assim, disponível para negociar com o PS, já que o BE, assegura, não atua “por ressabiamento”, nem tem “estados de alma”.

Nunca desistimos do que propomos e não falamos por falar. Não estamos a fazer publicidade de ideias. Queremos decisões. Não queremos promessas, queremos soluções. Não atuamos por ressabiamento, não temos estados de alma. Não ficamos zangados pelo facto de o PS ter fechado a porta a uma solução de estabilidade para quatro anos”, afirmou Catarina Martins, na intervenção inicial da convenção bloquista. “Abriremos outra porta“, acrescentou, sublinhando que o BE “não abdica” de conseguir as “medidas que são urgentes” para os portugueses.

Ainda assim, a coordenadora fez questão de lembrar que os “bons compromissos” conseguidos com o Governo, ao longo de 2020, — por exemplo, para o Serviço Nacional de Saúde — não chegaram a ser cumpridos. “Não foi feito o que tinha de ser feito”, atirou, frisando que “a palavra vale desde que leve a decisões para o tempo certo”.

Sobre a gerigonça, Catarina Martins assegurou que o Bloco de Esquerda não se arrepende da sua decisão — apesar da “escolha reveladora” do PS em 2019, partido que se lançou, disse a mesma, à procura da maioria absoluta e no combate à esquerda –, até porque foi com “a força da esquerda” que os socialistas “cederam e o povo começou a recuperar a sua vida”.

Sobre a gestão da pandemia, a líder do BE criticou o Executivo de António Costa por ter sido, entre os países europeus, “do que menos fez pela sua gente”. “A última das prioridades era poupar no orçamento quando há tanta gente aflita”, atirou a bloquista.

Na sua intervenção, Catarina Martins referiu os trabalhadores da refinaria da Galp Energia em Matosinhos, que foram “ameaçados de despedimento por uma empresa que, só no primeiro trimestre de 2021, teve 26 milhões de euros de lucro”. “Quem tem lucros não pode despedir e não aceitamos o falso pretexto da transição energética para o despedimento de trabalhadores“, salientou, defendendo que a respostas às crises (energética, mas também pandémica) deve implicar, antes, “mais e melhor emprego”.

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