UE prepara mais sanções à Bielorússia após sequestro de voo da Ryanair

Os líderes europeus estão reunidos esta segunda-feira para preparem a retaliação à Bielorrússia. Em cima da mesa estão sanções ao regime e medidas para penalizar o país na circulação no espaço aéreo.

Este domingo a Bielorrússia obrigou um voo da Ryanair entre Atenas (Grécia) e Vilnius (Lituânia) a parar em Minsk (Bielorrússia) quando passava pelo espaço aéreo do país por causa de uma suposta ameaça à segurança. O sequestro serviu para prender um jornalista crítico ao regime bielorrusso, Roman Protasevich, e foi duramente criticado por vários líderes europeus. Esta segunda-feira o Conselho Europeu reúne-se para decidir a retaliação, estando em cima da mesa mais sanções e proibições de circulação no espaço aéreo.

De acordo com o Politico, há uma proposta dos diplomatas gregos para ser acordada entre os 27 Estados-membros que passa pela libertação imediata de Roman Pratasevich e da sua companheira Sofia Sapega, uma investigação internacional ao incidente “sem precedentes e inaceitável”, sanções adicionais ao regime de Alexandr Lukashenko (já havia um pacote de sanções a ser preparado), a recomendação para que as transportadoras europeias evitem o espaço aéreo bielorrusso e a proibição das transportadoras bielorrussas (a Belavia, controlada pelo Estado bielorrusso) de voarem em espaço aéreo da União Europeia. Especula-se também que a UE possa fechar todas as fronteiras terrestres.

Contudo, face à necessidade de unanimidade na política internacional e as diferentes posições de alguns países sobre a Rússia, não é clara qual será a posição final deste Conselho Europeu que se prolonga na terça-feira. A reunião entre os 27, para garantir total confidencialidade, vai decorrer sem telemóveis ou outros dispositivos eletrónicos na sala. Ainda esta segunda-feira haverá uma conferência de imprensa onde se espera uma reação a este tema da atualidade.

À entrada para a reunião, a chanceler alemã criticou o Governo bielorrusso pelas explicações “completamente implausíveis” de que recebeu uma ameaça do Hamas (organização da Palestina) contra o voo da Ryanair como chantagem para que a UE deixa de apoiar Israel. Angela Merkel exigiu a libertação imediata do jornalista e sinalizou uma “reação europeia unificada” através de sanções a pessoas ligadas ao regime, a proibição da Belavia de voar na UE e uma investigação internacional.

Já a presidente da Comissão Europeia prometeu uma resposta “forte” ao regime bielorrusso e “consequências” para ações “sem precedentes”. Ursula Von der Leyen especificou que espera avançar com sanções contra pessoas ligadas ao regime e, em particular, ao sequestro deste voo, assim como às empresas que financiam Lukashenko. Von der Leyen recordou que a UE tem em suspenso um “pacote económico e de investimento” no valor de três mil milhões de euros, o qual só será libertado quando o país “se tornar democrático”.

Porém, dentro da sua equipa já há polémicas sobre o assunto. Um tweet da comissária europeia romena responsável pelos transportes, Adina Valean, foi recebido com críticas após ter dito que havia “boas notícias” com a saída do avião de Minsk para Vilnius ontem à noite. A comissária também escreveu que este era um incidente “sem precedentes” e “ultrajante” por colocar a segurança e integridade dos cidadãos europeus em causa. Além disso, pediu a libertação imediata de Roman Protasevich.

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