Pandemia atirou Grupo Pestana para prejuízos pela primeira vez em 40 anos
A cadeia hoteleira de Dionísio Pestana encerrou 2020 com um resultado negativo de 32 milhões de euros, sobretudo devido ao setor hoteleiro.
O Grupo Pestana encerrou o ano de 2020 com um prejuízo de 32 milhões de euros, um resultado que, tal como seria esperado, foi fortemente afetado pela pandemia. Esta quebra foi “especialmente significativa” nas receitas na hotelaria, que caíram 75%, num ano em que o turismo foi praticamente nulo. Há 40 anos que o grupo de Dionísio Pestana não apresentava resultados negativos.
A pandemia tirou 57% dos lucros ao Grupo Pestana, sobretudo devido aos impactos que deve no negócio hoteleiro do grupo. Ainda assim, num ano muito difícil para o turismo e para a hotelaria, a cadeia alcançou um EBITDA positivo de 33,7 milhões de euros, o “que traduz o bom comportamento da área de negócio do imobiliário e residencial, que cresceu quase 12% e representou mais de 54 milhões dos proveitos totais”, lê-se, em comunicado.
“Conseguir um EBITDA positivo de mais de 30 milhões no ano que passou deu muito mais trabalho à equipa do que os 160 milhões obtidos em cada um dos últimos três anos, e é um motivo de grande satisfação para todos os colaboradores porque, no setor do turismo internacional, bastarão os dedos de uma mão para contar as empresas turísticas com EBITDA positivo em 2020″, diz o CEO José Theotónio.
Recorde-se que, em declarações ao ECO, José Theotónio já tinha referido que, se não fosse o negócio de imobiliário, os resultados do grupo seriam muito mais negativos. “A hotelaria está fraca e em 2020 conseguimos alguns bons resultados na parte imobiliária. O nosso interesse é exatamente esse: a componente imobiliária”, disse o responsável em abril, a propósito do interesse do Pestana no empreendimento Madeira Palácio.
Ainda no comunicado enviado esta quarta-feira, José Theotónio salienta que “há 40 anos que o Grupo não apresentava resultados negativos”. “Esta é uma situação nova para nós e temos consciência de que só a conseguimos enfrentar porque temos marcas sólidas e bem estruturadas que têm conseguido resistir a um contexto nacional e mundial profundamente adverso”.
O Grupo Pestana tem atualmente mais de 70% dos hotéis a funcionarem e em vias de reabrirem até julho. Em carteira continuam alguns dos investimentos que estavam previstos para 2020. “Estamos confiantes num início da retoma já este ano. Será uma retoma lenta, mas sustentada e assente numa situação pandémica controlada, num plano de vacinação a decorrer a bom ritmo, no lançamento do passaporte sanitário e na reabertura total das fronteiras”, finaliza José Theotónio.
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