Custo do risco do crédito aumentou em Portugal, ao contrário da Europa, nota DBRS
A DBRS aponta que os bancos em Portugal conseguiram reduzir o crédito malparado, mas o fim das medidas de apoio do Governo deverá ter impacto nesse indicador.
A DBRS Morningstar alerta para que, apesar do custo de risco do crédito dos bancos europeus no primeiro trimestre estar quase de volta aos níveis pré-pandemia, é improvável que sejam mantidos. Já no caso de Portugal, nem sequer foi registada uma queda no custo do risco, mas sim um aumento, nota a agência canadiana.
“No primeiro trimestre de 2021, os bancos em todos os países, exceto Portugal, relataram níveis de custo do risco (CoR) significativamente mais baixos do que no mesmo período do ano passado”, aponta a DBRS, em comunicado. Já comparando com 2019, “apenas bancos domiciliados em Espanha, Portugal e Itália reportaram, em média, níveis mais altos de CoR”.
Dos 32 bancos incluídos na amostra, 12 relataram um CoR no primeiro trimestre de 2021 acima da média, os quais tinham sede em Espanha, Itália e Portugal. Este fenómeno pode “ser parcialmente influenciado pelo stock ainda grande de NPL [non‑performing loans]“, sinaliza a DBRS. Os níveis aproximaram-se da taxa de execução pré-pandemia, em bancos como o BBVA, Santander, BCP e BPM, Liberbank, Bankinter e Intesa.
A agência sinaliza que o aumento no CoR dos bancos domiciliados em Portugal poderá ser “parcialmente explicado pelo facto de que esses bancos não refletiram o impacto da desaceleração macroeconómica devido à pandemia nos modelos de crédito até ao segundo trimestre de 2020 e em diante”.
Quanto ao crédito malparado (NPL), a DBRS nota que os bancos em Portugal conseguiram reduzi-lo. Ainda assim, diz esperar que “a deterioração da qualidade dos ativos surja quando as medidas de apoio do Governo forem totalmente removidas”.
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