Economia abranda na terceira semana de maio

A economia portuguesa desacelerou ligeiramente na terceira semana de maio face à semana anterior, mantendo-se com crescimentos robustos face a 2020.

O indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal mostra que a economia portuguesa desacelerou ligeiramente na semana terminada a 23 de maio, face à semana anterior, numa altura em que a situação epidemiológica permite que a maior parte do país esteja na fase mais avançada do atual plano de desconfinamento.

“Na semana terminada a 23 de maio, o indicador diário de atividade económica (DEI), assim como a taxa bienal correspondente, apresentaram uma diminuição face à semana anterior, mas permaneceram no intervalo de valores das últimas semanas”, revela o Banco de Portugal esta quinta-feira.

Economia regista uma “diminuição” na terceira semana de maio

Fonte: Banco de Portugal.

 

Apesar do ligeiro abrandamento na variação homóloga, o indicador de alta frequência do Banco de Portugal mostra que a economia portuguesa continua a beneficiar do processo de desconfinamento e da baixa base de comparação de 2020. Esta diminuição poderá ser explicada por uma base mais alta de comparação em 2020 dado que o país também estava a desconfinar por esta altura no ano passado.

Apesar de diário, o DEI é apenas publicado à quinta-feira, com dados até ao domingo anterior. Com efeito, a 23 de maio, o último dia para o qual foi apurado o DEI, o crescimento (e não queda, como nos meses anteriores) homólogo do indicador foi de 18,4% (23,2% na semana anterior). Quanto à média móvel semanal, o último valor é o de 20 de maio: uma subida homóloga de 25,2% (27% na semana anterior).

Uma vez que a comparação homóloga já é feita com um período marcado pelo primeiro confinamento provocado pela pandemia, o Banco de Portugal decidiu fazer um novo gráfico em que compara o DEI atual com o acumulado de dois anos para tentar atenuar esse efeito. “Assim, obtém-se a variação da atividade entre um determinado dia num ano face ao mesmo dia dois anos antes”, explica. Apesar de ter abrandado face a 2020, a taxa bienal manteve-se em terreno positivo na terceira semana de maio.

Economia continua a crescer face à média dos dois últimos anos

Fonte: Banco de Portugal.

 

Estes dados do segundo trimestre contrastam com as variações registadas no primeiro trimestre de 2021 — muito condicionado pelo segundo confinamento — em que o PIB contraiu 5,4% face ao mesmo período do ano passado, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), o qual já tinha sido afetado ligeiramente pela pandemia. Em cadeia, ou seja, face ao quarto trimestre de 2020, a queda do PIB foi de 3,3%.

As previsões existentes para o segundo trimestre apontam para crescimentos expressivos: no caso do ISEG, a variação em termos homólogos vai de 10% a 15% e, no caso da Comissão Europeia, é de 13,5%.

Este novo indicador divulgado este ano pelo banco central incorpora diversas séries de informação, como o tráfego de pesados de mercadorias nas autoestradas, o tráfego de correio nos aeroportos nacionais ou as compras efetuadas com cartões bancários. O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente.

A próxima divulgação do DEI está marcada para 4 de junho, sendo relativa à quarta semana de maio. “Refira-se que os valores do DEI podem ser revistos devido a revisões da informação de base ou à incorporação de nova informação, em particular referente ao tráfego de veículos comerciais pesados e carga e correio desembarcados, que têm um desfasamento de divulgação superior”, ressalva o Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 11h24 com mais informação)

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