Insolvência da Coelima “é um caso de polícia”, diz sindicato
Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes afirma que insolvência da Coelima é “um caso de polícia que merece investigação criminal” e que pedido de insolvência fazia parte do plano da matar a têxtil.
O coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, Francisco Vieira, afirmou esta segunda-feira que a insolvência da Coelima, em Guimarães, é “um caso de polícia que merece uma investigação criminal”.
Num plenário de trabalhadores à porta daquela empresa têxtil de Guimarães, no distrito de Braga, Francisco Vieira disse também que o pedido de insolvência fazia parte do plano para “matar” a Coelima.
“Isto é um caso de polícia, que merece uma investigação criminal”, referiu o sindicalista, aludindo à administração dos últimos dez anos, “sempre a somar prejuízos”.
Para Francisco Vieira, trabalhador da Coelima desde 1968, a última administração entrou com o “objetivo claro de matar a empresa”, tendo a apresentação à insolvência sido o último ato desse plano.
“A decisão de apresentar à insolvência só tinha uma finalidade: matar a empresa”, referiu Francisco Vieira, trabalhador daquela empresa desde 1968.
Na quarta-feira, a administração disse que não vai apresentar um plano com vista à recuperação da empresa, após o que apareceu um consórcio com sede em Guimarães que apresentou, na sexta-feira, uma proposta de compra da Coelima, colocando como condição, entre outros pontos, a manutenção dos postos de trabalho, bem como a assunção dos direitos e antiguidade dos trabalhadores.
A proposta deu entrada no Tribunal de Comércio de Guimarães, no distrito de Braga.
“Se não tivesse surgido esta proposta, hoje era o último dia da Coelima. Estava tudo planeado para isso, as certidões de óbito [papéis para o desemprego] já estavam elaboradas”, sublinhou Francisco Vieira.
Afirmando que tudo será feito para garantir a continuidade da empresa e a manutenção dos postos de trabalho, o sindicalista disse que a Coelima tem bens avaliados em 15 milhões de euros, além de um “património sem preço”, constituído pelo saber e pela experiência dos trabalhadores.
Por isso, manifestou-se “muito esperançado” na proposta de compra já apresentada, ao mesmo tempo que apelou a que outros investidores possam aparecer.
Entretanto, assegurou, os trabalhadores vão continuar a ocupar os seus postos de trabalho.
Segundo Francisco Vieira, está já agendada, para sexta-feira, uma reunião no Ministério da Economia, para pedir a intervenção do Governo na resolução do problema.
“O Estado pode ajudar, e muito, através da Caixa Geral de Depósitos, que é um dos maiores credores”, referiu.
No plenário, marcou também presença a coordenadora da CGTP, Isabel Camarinha, que apelou à união dos trabalhadores e que garantiu o recurso a “todas as instâncias” para resolver o problema da empresa e a manutenção dos postos de trabalho.
“A empresa está a querer aproveitar-se da pandemia, mas nós não aceitamos isto”, referiu, admitindo que a via judicial pode ser um dos caminhos.
O anúncio da sentença de declaração de insolvência foi publicado em 22 de abril, com a empresa a apresentar um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020.
Constituída em 1922 e uma das maiores produtoras de roupa de cama, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.
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