Só um terço dos portugueses está em condições de gastar mais do que em 2020
O Barómetro Europeu do Consumo Cetelem 2021 veio mostrar que, em sentido contrário, o contexto pandémico levou os europeus a estarem mais preocupados com a poupança.
Num ano, à semelhança do último, marcado pelo impacto que a pandemia está a ter na vida de todos, apenas cerca de um terço dos portugueses considera estar em condições de gastar mais do que em 2020. A conclusão é do Barómetro Europeu do Consumo Cetelem 2021, que mostra ainda que, em contexto europeu, o panorama é semelhante.
Como avança o Observador Cetelem em comunicado de imprensa, apenas 34% dos portugueses diz tencionar gastar mais do que em 2020. Está, deste modo, em causa uma queda na ordem dos seis pontos percentuais em comparação com o ano anterior.
Esta é uma percentagem que se equipara ao da média europeia (34%) no que toca às perspetivas de consumo dos cidadãos, estando aqui, por sua vez, em causa um aumento de três pontos percentuais face ao ano passado. Em Itália, um dos países onde, por norma, o consumo é mais elevado, a percentagem sobe para os 38%, embora com uma quebra de 26 pontos percentuais face ao período homólogo.
Esta menor vontade de consumir regista-se, de acordo com este Barómetro, independentemente da capacidade financeira dos indivíduos. 48% dos europeus defendem esta ideia, com 26% a referir que não pretende consumir mesmo tendo capacidade para o fazer. Os restantes 22% indicam que não o querem fazer pois, de facto, não possuem meios financeiros para tal.
Os valores registados em contexto nacional assemelham-se à média europeia, com 47% dos portugueses a ter menos vontade de consumir, embora 22% dos mesmos tenha capacidade financeira para tal. Em contexto europeu, é em países como a Áustria (62%) e França (55%) que o desejo de consumir está mais ausente.
Os gastos com viagens e lazer (47%) são aqueles que apresentam uma maior expressão em contexto europeu, embora registem uma quebra na ordem dos 13 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. Na segunda e na terceira posições das intenções de compra dos europeus destacam-se, respetivamente, os eletrodomésticos (42%) e os smartphones (38%).
Mais poupança
Em sentido contrário, este contexto pandémico levou os europeus a estarem mais preocupados com a poupança. Efetivamente, 54% dos europeus afirmam que pretendem poupar mais do que no ano anterior, o que representa um aumento de três pontos percentuais face ao último barómetro, bem como um novo valor recorde.
Em Itália, estas intenções de poupança também cresceram, para os 51% (mais 11 pontos percentuais), embora fiquem abaixo da média europeia. Em Portugal, esta percentagem permanece historicamente elevada e acima da média europeia, fixando-se este ano nos 59%. Isto embora tenha registado uma ligeira quebra face a 2020, de um ponto percentual.
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