Governo troca comissário da Expo Dubai a 4 meses da exposição

O antigo presidente do conselho de administração da Portugal Ventures e desde agosto de 2018 comissário geral de Portugal para a Expo 2020 no Dubai foi afastado. Presidente da Aicep tomou o seu lugar.

Sai Celso Guedes de Carvalho. Entra Luís Castro Henriques. A precisamente quatro meses do arranque da Expo Dubai, Portugal mudou o comissário geral da exposição.

“O Governo designou Luís Castro Henriques e Francisca Guedes de Oliveira como comissário-geral e vice-comissária de Portugal para a Expo 2020 Dubai, tendo em consideração as funções que exercem na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros desta quarta-feira.

Mas este não era um cargo que estivesse vago. Até agora o comissário-geral na exposição era Celso Guedes de Carvalho, a cargo de quem esteve mesmo a apresentação do pavilhão de Portugal. “O pavilhão de Portugal é um convite para uma viagem pelo país, durante a qual se salienta a nossa capacidade de acolhimento, de inclusão e a nossa modernidade, a par de um legado histórico de respeito”, afirmou na altura (20 de janeiro de 2020) numa sessão no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, com o primeiro-ministro, António Costa, na primeira fila.

Celso Guedes de Carvalho era o antigo presidente do conselho de administração da Portugal Ventures. A função do comissário geral é coordenar e dirigir a participação portuguesa na Exposição Mundial do Dubai em 2020; representar Portugal perante as entidades nacionais e internacionais, em tudo o que esteja relacionado com a participação portuguesa na exposição; dirigir todas as atividades relacionadas com a execução do programa, negociando com as entidades internacionais competentes os termos desta participação, e assegurando o exato cumprimento das orientações governamentais e elaborar e remeter ao Governo um relatório semestral das atividades desenvolvidas, bem como um relatório final de balanço da participação, tal como é descrito na resolução de Conselho de Ministros de agosto de 2018, na qual Celso Guedes de Carvalho foi nomeado.

O ECO questionou a Aicep para perceber a razão de ser desta alteração, mas não obteve resposta. Fonte oficial da agência limitou-se a sublinhar que “a Aicep, que já era a entidade executiva e operacional da participação de Portugal na Expo 2020 Dubai, passa também a assumir a interação formal com a organização da Expo no Dubai“. E que a agência “continua a trabalhar diariamente para assegurar que o País cumprirá com os objetivos propostos e que a participação de Portugal na Expo 2020 Dubai será um sucesso”.

A Expo 2020 arranca a 1 de outubro, durante 182 dias, vai contar com mais de 190 nações participantes e deverá receber cerca de 25 milhões de visitantes. Portugal espera que o seu pavilhão, que terá um piso de entrada em calçada portuguesa e partes de paredes decoradas com azulejos, seja visitado por dois milhões de pessoas — número que foi atingido na última exposição universal em que o país participou, em Xangai, República Popular da China, em 2010.

O pavilhão de Portugal começou a ser construído pela empresa Casais em dezembro passado e a obra deverá estar concluída no final de agosto. O investimento — incluindo a concessão do edifício, a construção, a sua manutenção e operação — deverá atingir os 21 milhões de euros.

A Expo Dubai já tinha motivado alterações na própria Aicep, com a necessidade de escolher um delegado de peso para um mercado de aposta para a internacionalização da economia portuguesa e onde se ia realizar a exposição mundial. A mudança foi feita em 2019, já que inicialmente se esperava que o evento decorresse entre 20 de outubro de 2020 e 10 de abril de 2021. João Mota Pinto foi nomeado delegado da Aicep em Nova Iorque, para ocupar o lugar deixado por Manuel Couto Miranda que foi transferido para a delegação de Abu Dhabi.

(Artigo atualizado às 21h04 com as respostas de fonte oficial da Aicep)

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