Free Now sobe preços para aumentar rendimento dos motoristas
A plataforma que resultou da fusão da Kapten e da myTaxi aumentou os preços aos clientes para tentar compensar a perda de receitas dos motoristas na pandemia. 80% do tempo passa a ser "hora de pico".
Viajar através da Free Now é agora mais caro. A plataforma que resultou da combinação das antigas Kapten e myTaxi decidiu aumentar os preços do serviço Ride e acabar com o serviço Ride Lite, que era a modalidade mais acessível. A decisão foi comunicada sexta-feira aos motoristas e clientes.
A chegada da pandemia fez encolher o volume de viagens ao serviço destas aplicações, num mercado que é liderado em Portugal pela Uber. Mas agora, com o desconfinamento, o número de corridas recuperou, pelo menos parcialmente (a empresa assume que “o volume de pedidos voltou em força”, mas atribui esse crescimento ao investimento que fez no “programa de fidelização”). Face a isto, a Free Now quer tentar compensar a perda de receita.
É o que explica a Free Now numa nota remetida aos parceiros, a que o ECO teve acesso: “Nas últimas semanas temos recebido vários feedbacks [opiniões] de motoristas e parceiros sobre o atual momento do mercado TVDE [vulgo “Ubers”]. […] Nesse sentido, decidimos dar o primeiro passo: a partir de hoje [4 de junho] iremos terminar com a categoria Ride Lite e, além disso, subir os preços da categoria Ride”, lê-se na mensagem enviada a quem está atrás do volante.
A empresa alega ainda que “a categoria Ride já era a que oferecia o maior rendimento por viagem” em todo o mercado dos “Ubers”. Assim, perante o “aumento de volume de viagens verificado nas últimas semanas”, por causa da reabertura da economia, a subida dos preços fará com que cada viagem seja “ainda mais rentável” para os motoristas.
Hora de pico, mas em “80% do tempo”
Ao abrigo desta alteração tarifária, a empresa definiu dois horários, sendo que um deles, o “horário de pico”, está em vigor durante 80% do tempo, incluindo durante 24 horas ao sábado e domingo, de acordo com a seguinte tabela:
A empresa definiu, de seguida, duas tarifas distintas para cada um dos momentos, sendo que, em horas de pico, o preço base do serviço passa de 0,75 para 0,90 euros, o preço por minuto passa de 0,07 para 0,09 euros e mudam também os valores que somam ao preço final consoante a distância: até ao sexto quilómetro, até 10 quilómetros e a partir dos décimo quilómetro de viagem.
Para explicar as diferenças aos motoristas, a empresa apresenta duas tabelas que comparam as tarifas da Free Now com as da concorrência (o ECO não verificou de forma independente a informação sobre a Bolt e a Uber). As informações também foram publicadas no site da empresa.
Nos emails enviados aos clientes, por sua vez, a Free Now menciona a atualização às tarifas, mas não deixa explícito que houve um aumento. Contactada pelo ECO no sentido de obter mais esclarecimentos, fonte oficial da Free Now disse que tem o “foco” de “sempre oferecer o melhor serviço com preços competitivos para os clientes, mantendo um modelo de negócio sustentável para os motoristas”.
“Neste momento, oferecemos aos clientes uma tarifa semelhante à da concorrência (nomeadamente a Uber). No entanto, lançamos um programa de fidelização que oferece descontos a todos os utilizadores no final de todas as viagens. Estes descontos permitem aos clientes realizar as próximas viagens com preços muito mais competitivos”, explica a mesma fonte, que garante que “o valor destes descontos é 100% suportado pela Free Now”.
“Desta forma, permitimos que os clientes tenham acesso aos nossos serviços com os preços mais competitivos, sem prejudicar a rentabilidade do negócio dos nossos motoristas”, conclui fonte oficial da plataforma, que recorda que cobra a estes uma comissão de 20%, cinco pontos percentuais abaixo da que é cobrada pela Uber.
(Notícia atualizada às 13h56 com resposta da Free Now)
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