Família Queiroz Pereira vai pedir à CMVM que investigue a Maxyield
Família Queiroz Pereira, BCP e Caixa BI acusam clube de investidores de dar "informações falsas" na OPA da Semapa. Maxyield tinha alegado ontem que a compra de ações após a oferta era ilegal.
A família Queiroz Pereira e a Maxyield entraram numa guerra de comunicados por causa da OPA da Semapa. Depois da associação de investidores ter sustentado que a Sodim não podia comprar ações após o final da oferta, possibilidade que está prevista no prospeto aprovado pela CMVM, a resposta chegou esta terça-feiraA. A Sodim, o BCP e a Caixa BI acusam a Maxyield de “induzir os investidores em erro” e vão fazer queixa ao regulador.
“O comunicado e comportamento da Maxyield é suscetível de induzir os investidores em erro, condicionando-os na sua liberdade de decisão no que respeita a vendas de ações Semapa, prejudicando objetivamente o livre funcionamento do mercado e a defesa dos interesses dos acionistas minoritários”, sustentam os signatários.
Na véspera, já após o anuncio do resultado da OPA, em que a Sodim elevou a participação na Semapa para 82,75% dos direitos de voto, ficando aquém do objetivo dos 90%, a Maxyield divulgou um comunicado muito crítico, considerando ilegal a possibilidade da holding da família Queiroz Pereira continuar a comprar ações ao preço da OPA nos dias seguintes.
“A Sodim continua a cometer o erro de persistir num preço muito inferior ao real valor da Semapa, que vai afetar gravemente as suas relações com o mercado de capitais, pois pretende recorrer a um «prolongamento» ilegal de aquisição de ações da Semapa, na tentativa de obter o que não conseguiu no prazo da Oferta”, sustentava a Maxyield. “É uma violação das normas legais vigentes e uma violação do Código dos Valores Mobiliários”, acrescentava.
Uma tese a que a Sodim e os bancos que a assessoram na operação se opõem. Os signatários “reafirmam a legalidade de todos os atos por si praticados, devidamente supervisionados e sancionados pela CMVM e confirmam a legalidade e validade das compras de ações Semapa que venham a ser efetuadas pela Sodim entre os dias 8 e 15 de junho na Euronext bem como de outras compras de tais categorias de ações que possam vir ser feitas no futuro pela Sodim, em bolsa ou fora de bolsa”.
"O comportamento da Maxyield traduziu-se (…) na divulgação de um conjunto de comunicados contendo informações falsas, incompletas, exageradas, tendenciosas e enganosas.”
As três entidades vão mais longe e acusam a Maxyield de apresentar um comportamento impróprio desde o início da OPA, acusando-a de divulgar “um conjunto de comunicados contendo informações falsas, incompletas, exageradas, tendenciosas e enganosas, com o propósito de impedir uma livre aceitação da OPA voluntária da Sodim por parte dos seus destinatários”.
Sofim, BCP e Caixa BI vão, por isso, solicitar “à CMVM que proceda às averiguações necessárias e pertinentes tendo em vista o apuramento do impacto destas atuações”. E reservam-se no direito “de atuar contra essa entidade e contra os seus dirigentes para defesa dos seus direitos e bom nome.”
"A Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas entende ser necessária uma intervenção imediata da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.”
Também a Maxyield pediu a intervenção do supervisor da bolsa. “A Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas entende ser necessária uma intervenção imediata da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários para pôr fim a um ato de violação do Código de Valores mobiliários por parte da Sodim“, dizia o comunicado. “A Maxyield informa ainda o mercado de capitais que qualquer atuação dos intermediários financeiros da Sodim, promovendo a compra de ações da Semapa, será judicialmente responsabilizada e vai alertar o Banco de Portugal para a sua ilegalidade”.
O resultado da oferta de aquisição, que decorreu entre 27 de abril e 4 de junho, foi conhecido esta segunda-feira. A Sodim conseguiu 28% das ações alvo da oferta na OPA, equivalentes a 7,88% do capital e 8% dos direitos de voto. Comprou no mercado mais 1,57%, elevando a participação total na Semapa para 82,75% dos direitos de voto.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Família Queiroz Pereira vai pedir à CMVM que investigue a Maxyield
{{ noCommentsLabel }}