Exportações disparam 82% em abril e continuam acima do período pré-pandemia
As exportações de bens cresceram 82,4% em abril, beneficiando da base de comparação de 2020 ser muito baixa. Porém, também continuam a crescer face a 2019 (7%).
As empresas portuguesas exportadoras de bens continuam com um forte dinamismo: as exportações de bens cresceram 82,4% em abril face ao mesmo mês de 2020, uma variação explicada por a base ser muito baixa. Porém, continuam também a apresentar um crescimento face a abril de 2019 na casa dos 7%. Os dados foram divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O gabinete de estatísticas alerta que “estas variações homólogas, em abril, incidem sobre o mês de 2020 em que o impacto da pandemia Covid-19 se fez sentir de forma mais intensa, correspondendo ao mês com os menores valores absolutos e com os maiores decréscimos homólogos de todo o período pandémico“. As exportações de bens caíram 40% nesse mês.
Bastava uma recuperação para se registarem grandes variações nas exportações de bens em abril de 2021, mas soma-se a esse efeito o facto de já estarem a crescer face ao período pré-pandemia, ao contrário de outras áreas da economia portuguesa.
Na comparação homóloga, as exportações beneficiaram de um crescimento de 377,5% do material de transportes (automóveis, por exemplo) e de uma subida de 55,2% dos fornecimentos industriais. Nas importações também foram estas duas componentes da troca de bens que se destacaram.
“Em abril de 2021, o défice da balança comercial atingiu 1.255 milhões de euros, o que representa um aumento face ao défice de 1 185 milhões de euros registado no mesmo mês de 2020″, revela o gabinete de estatísticas.
Máquinas e fornecimentos industriais crescem face a 2019
“No período acumulado de janeiro a abril de 2021, face ao mesmo período de 2019, as exportações aumentaram 3,9% e as importações registaram uma diminuição de 6,7%”, acrescenta o INE. No caso das importações, os números são afetados pela aquisição ao exterior de material de transporte que levou a importações “particularmente elevadas” em abril de 2019, sobretudo aviões.
O que explica este comportamento? Não são os automóveis dado que as exportações de material de transportes continuam aquém do pré-pandemia (-5,4% face a abril de 2019), mas sim as máquinas e outros bens de capital (+13,1%), os fornecimentos industriais (+3,3%) e os produtos alimentares e bebidas (+9,1%). O mesmo se aplica às importações de bens.
Na análise por país, o INE destaca Espanha para onde as exportações de bens cresceram 15%, principalmente fruto dos fornecimentos industriais. Já as importações de bens para território espanhol cresceram 4,6%.
“Comparando com abril de 2019 (1.780 milhões de euros), o défice da balança comercial diminuiu 525 milhões de euros“, assinala o INE. A pandemia veio trazer uma melhoria da balança comercial principalmente pela queda do consumo privado, o que levou a uma menor importação de bens.
(Notícia atualizada às 11h53 com mais informação)
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