Exportações portuguesas afundam quase 40% no pico da pandemia

Vendas do país para o exterior registaram uma queda sem precedentes em abril, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Caíram 39,8%.

Depois de terem contraído 4,9% no primeiro trimestre, em termos homólogos, as exportações afundaram em abril. Com o país confinado, e a maioria dos principais parceiros económicos de Portugal a braços com a pandemia, as vendas do país para o exterior registaram uma queda sem precedentes: caíram 39,8%. As importações apresentaram praticamente a mesma variação negativa.

“Em abril, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de -39,8% e -39,1%, respetivamente (-12,7% e -11,6% em março de 2020, pela mesma ordem)”, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE). As vendas nacionais para Espanha, França e Alemanha, os três principais parceiros nacionais, caíram em torno dos 44%.

Exportações afundam em abril

Fonte: INE

“Refletindo os constrangimentos à atividade económica determinados pelas medidas de contenção à disseminação da pandemia Covid-19, quase todas as categorias de produtos apresentaram decréscimos significativos”, refere o INE, destacando as exportações e importações de material de transporte que caíram 77,6% e 75,2%, respetivamente.

“A única categoria de produtos a registar um aumento nas exportações em abril foi a de produtos alimentares e bebidas”, acrescenta o INE. Ainda assim, a variação positiva foi muito ligeira: 0,3%.

Importações? Só de material de proteção contra o vírus

No caso das importações, o INE refere que “nenhuma categoria registou aumento” em abril, mês em que a pandemia confinou grande parte dos portugueses. Contudo, analisando os produtos importados relacionados com o Covid-19, houve aumentos, especialmente de produtos provenientes da China.

“Verifica-se que estes produtos [relacionados com o Covid-19] no seu conjunto registaram um acréscimo de 18,7% em abril, principalmente provenientes da China”, registando-se um crescimento de 1.266,3%”.

O INE explica que esta forte variação nas importações chinesas “foi resultado do acréscimo das importações de equipamentos de proteção (+201,5%), que já tinham registado um amento de 31,6% em março”.

Défice comercial encolhe

Com as exportações a afundarem, mas as importações também, o défice da balança comercial de bens registou uma diminuição durante o mês de abril, nota o INE.

Assistiu-se a uma quebra “de 672 milhões de euros face ao mês homólogo de 2019, atingindo 1.131 milhões de euros em abril de 2020″, acrescenta o gabinete de estatísticas.

Retirando da equação os combustíveis e lubrificantes, “a balança comercial atingiu um saldo negativo de 879 milhões de euros, correspondente a uma diminuição do défice de 468 milhões de euros em relação a abril de 2019”, remata.

(Notícia atualizada às 11h13 com mais informação)

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