Funcionários públicos em teletrabalho vão ter avaliação de desempenho
Os 68 mil funcionários públicos que foram colocados em regime de teletrabalho vão ter uma avaliação de desempenho nos mesmos termos que os restantes trabalhadores.
A avaliação de desempenho dos funcionários públicos em teletrabalho vai ser feita nos mesmos termos que a dos restantes trabalhadores, embora possa haver reformulação dos objetivos caso se constate que o seu cumprimento foi comprometido por exigir trabalho presencial.
Em resposta à Lusa sobre a avaliação de desempenho de quem está em teletrabalho, fonte oficial do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública precisou que estes trabalhadores “são avaliados nos mesmos termos dos restantes trabalhadores, com contratualização dos parâmetros de avaliação legalmente previstos”, ou seja, objetivos e competências.
“O que poderá eventualmente verificar-se é a necessidade de reformulação dos objetivos, se se entender que, por força da necessidade de o trabalhador ter sido colocado em teletrabalho, o cumprimento de algum ou de alguns dos seus objetivos ficar comprometido”, sublinhou a mesma fonte oficial, indicando que isso pode acontecer “em situações em que o cumprimento de um concreto objetivo só se pudesse fazer de forma presencial”.
Durante o período em que as entidades empregadoras, públicas e privadas, foram obrigadas em adotar o teletrabalho, houve 68 mil funcionários públicos que foram colocados neste regime.
Este número, segundo referiu a mesma fonte oficial, “correspondeu à quase a totalidade dos trabalhadores do Estado suscetíveis de exercer funções em teletrabalho nas carreiras gerais (sobretudo técnicos superiores e alguns assistentes técnicos)”.
O Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), aprovado pelo Governo para dar resposta ao impacto do Covid-19, prevê que até ao final da legislatura fiquem em teletrabalho pelo menos 25% dos funcionários públicos com funções compatíveis com esta modalidade laboral.
O teletrabalho foi um dos temas analisado nas reuniões entre a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, e as estruturas sindicais da função pública, que se realizaram esta segunda-feira.
No final destes encontros – que marcaram o retomar das negociações, interrompidas durante cerca de quatro meses pela pandemia – o Ministério tutelado por Alexandra Leitão referia, em comunicado, que vai agora começar a discutir com os sindicatos a eventual necessidade de acautelar alguns aspetos específicos do regime do teletrabalho, nomeadamente relacionados com a privacidade, assiduidade ou ‘direito a desligar’, bem como o cumprimento de objetivos.
A revisão do sistema de avaliação de desempenho na administração pública (Siadap) foi outro dos temas analisado nesta reunião e sobre o qual Governo e sindicatos decidiram igualmente abrir uma mesa negocial.
O objetivo é fazer uma revisão do Siadap, visando a sua “simplificação e anualização”, tal como previsto no âmbito do programa plurianual contemplado no Orçamento do Estado para 2020.
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