Casas para venda diminuíram 60%, mas preços não mexeram
A pandemia levou a uma diminuição do número de casas para vender no país, mas não foi o suficiente para ditar uma descida dos preços, concluiu a proptech Casafari.
A pandemia foi uma espécie de travão ao mercado de venda de imóveis, levando a uma quebra de 60% na oferta, concluiu a proptech portuguesa Casafari. Ainda assim, isso não foi o suficiente para fazer os preços das casas descerem. Outra das tendências observadas entre fevereiro e maio foi a transição de imóveis afetos ao alojamento local para o arrendamento tradicional.
2020 começou por ser um ano recorde para o mercado imobiliário, mas rapidamente se inverteu a tendência. Foi em março, com os primeiros casos de coronavírus a aparecerem no país, que o setor começou a assistir aos primeiros impactos provocados pela pandemia. Assim, numa análise desde fevereiro a março, o Market Report da Casafari observou um recuo de 60% nas casas vendidas online em Lisboa e Faro, e de 62% no Porto.
Ao mesmo tempo, foi também registada uma redução no número de novos apartamentos anunciados nas plataformas — 15.867 em fevereiro para 14.409 em maio –, com Lisboa a destacar-se ao observar uma descida de 9%, à frente do Porto e Faro, com quebras de 5% e 3%, respetivamente.
Ainda assim, não houve uma descida nos preços dos imóveis, conclui o estudo, que analisou mais de cinco milhões de imóveis. De acordo com o Market Report, “os preços por metro quadrado mantiveram-se estáveis” e o que se observou foi antes um “abrandamento do aumento dos preços”. As reduções de preço, diz a Casafari, tiveram a variação percentual mais baixa desde o início do ano, com quebras entre os 27% no Porto, 75% em Lisboa e 79% em Faro.
“Os dois primeiros meses do ano foram bastante positivos, com fevereiro a ser o melhor mês para o mercado imobiliário. Mas março revelou-se um mês em que assistimos a quebras a vários níveis, um sinal de que o mercado está a reagir à atual situação da pandemia”, diz Nils Henning, fundador da proptech. “Os dados já estão a indicar alguns sinais de retoma e o mercado imobiliário português deverá recuperar gradualmente ao longo de 2021”.
Mais casas para arrendar. Muitas a saírem do alojamento local
No mercado de arrendamento, por sua vez, a Casafari observou uma tendência: a transição de imóveis afetos ao alojamento local para o arrendamento tradicional. Isto porque notou-se um “ligeiro aumento da oferta” nos últimos meses, nomeadamente de 21,43% em Lisboa, 1,44% no Porto e 13,35% no Porto. Ainda assim, tal como no mercado de venda, os preços das rendas mantiveram-se estáveis.
Esta conclusão da Casafari vem contrariar vários dados que têm sido divulgados pelo setor imobiliários nos últimos meses. Ao ECO, empresas e plataformas como a Century 21 e o Idealista já tinham reportado descidas entre os 10% e os 20% nas rendas a nível nacional. Esta segunda-feira, segundo dados do Imovirtual citados pelo Jornal de Notícias, as rendas já caíram 20% desde o início da pandemia.
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