“Se não adotarmos medidas, a pandemia vai continuar a aumentar”, avisa Costa
Primeiro-ministro rejeita divergências com o Presidente da República e justificou a necessidade de tomar medidas localizadas em Lisboa para evitar que o agravamento da situação epidemiológica alastre.
António Costa avisa que é preciso evitar que a situação em Lisboa alastre a outras regiões do país, o que justifica a adoção de medidas localizadas. O primeiro-ministro falava, a partir de Brugges, depois de o Governo ter decidido proibir a circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) entre as 15h00 desta sexta-feira e as 6h00 de segunda-feira.
“Há uma vontade comum [entre Governo e presidência da República] de rapidamente controlar esta situação e a constatação de que, se não adotarmos medidas, a pandemia vai continuar a aumentar. Basta ver o que os especialistas têm dito ao longo da semana. Todos têm dito que é preciso adotar medidas para controlar a situação em Lisboa”, afirmou Costa, em declarações transmitidas pela RTP3.
Apesar de considerar “necessário assegurar a previsibilidade possível da vida das pessoas” num contexto de pandemia, o primeiro-ministro explicou a necessidade de antecipar a alteração das regras em vigor pela realidade dos números: além de os novos casos terem voltado a ultrapassar o milhar, mais de metade têm sido registados em Lisboa.
“É preciso evitar a expansão para o resto do país. Esta medida é uma entre várias“, referiu sobre a proibição de circulação. “O que foi adotado foi a medida da razoabilidade. O que manda o bom senso é fazer tudo o que é necessário e nada mais”.
A par da entrada e saída na AML, serão alargados os horários de vacinação na região para acelerar o processo, que está atualmente com uma média semanal de 90 mil inoculações por semana. Haverá igualmente um reforço da fiscalização, mas o primeiro-ministro alertou que “grande parte” das contaminações está a acontecer em festas privadas e reuniões familiares. “Aí o Estado não pode fiscalizar. As pessoas têm que ter responsabilidade”. Anunciou ainda que, na próxima semana, será aprovada a legislação nacional do certificado digital Covid-19.
Apontando a vontade comum de combater a pandemia, o primeiro-ministro rejeitou que esteja em conflito com o Presidente da República, depois de este ter dito que não queria um recuo no desconfinamento.
“Já todos aprendemos que temos de ter cautela naquilo que formulamos como desejo do que pretendemos para o futuro. O senhor Presidente da República já teve oportunidade, em Nova Iorque, de esclarecer uma expressão que terá gerado bastante equívoco ao explicar que quando se referia que no que depender dele, se referia ao estado de emergência, no qual é necessária a intervenção do Presidente da República. Não se referia naturalmente à gestão da situação em que estamos que é o estado de calamidade”, explicou Costa.
“A situação que existe exige que se tomem medidas, mas estamos muito longe de exigir voltar a repensar a necessidade de voltar ao estado de emergência. Não vale a pena explorarmos aqui divergências de visões entre governo e Presidente da República porque — se houvesse, faz parte da vida — mas não há”, acrescentou.
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