BCE prolonga alívio das regras da banca até março de 2022
O Banco Central Europeu decidiu manter o alívio nas regras dos bancos por mais nove meses dado que a pandemia continua a condicionar a sua atividade. Há 39 bancos a aproveitar a isenção dada pelo BCE.
O Banco Central Europeu (BCE) revelou que os bancos a Zona Euro supervisiona diretamente podem continuar a excluir certas exposições ao banco central do cálculo do rácio de alavancagem. As regras vão continuar suspensas até 31 de março de 2022, após a introdução desta “folga” em setembro de 2020.
O banco central justifica o prolongamento — a medida iria terminar a 27 de junho — com as “circunstâncias macroeconómicas excecionais” que a pandemia continua a proporcionar ao sistema bancário. Entre os ativos que deixam de contar para o rácio de alavancagem estão as moedas e as notas assim como os depósitos que os bancos têm junto do banco central respetivo.
O requisito de um rácio de alavancagem de 3% passa a ser vinculativo a 28 de junho, sendo que os bancos que quiserem beneficiar deste alívio têm de excluir apenas as exposições “novas” ao banco central acumuladas desde o início da pandemia (“desde o final de 2019”, concretiza) e não as do passado, segundo o comunicado do BCE. “Isto mantém o nível de resiliência proporcionado pelo rácio de alavancagem antes da pandemia“, assinala.
De acordo com os dados do final do ano passado, 39 bancos já estão a excluir essas exposições ao banco central do rácio de alavancagem. O BCE calcula que a medida anunciada esta sexta-feira irá aumentar a “folga” dos bancos em 0,5 pontos percentuais, em média, no que toca ao rácio de alavancagem, o que corresponde a “cerca de 70 mil milhões de euros de capital Tier 1”.
“Os bancos que escolham usar esta extensão devem não obstante planear atempadamente para manter capital suficiente” de forma a estarem preparados quando este alívio terminar, avisa o banco central liderado por Christine Lagarde.
O rácio de alavancagem mostra a relação entre o capital do banco e os seus ativos e elementos que estão fora do balanço independentemente do quão arriscados são.
Esta medida, que pretende assegurar que os bancos europeus continuam a dar crédito para financiar a retoma da economia, foi implementada no ano passado e a Bloomberg já tinha avançado que deveria manter-se por mais tempo. Com esta isenção, os bancos têm mais espaço para pedir empréstimos sem ter de reforçar o capital.
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