Com pandemia, fatura das famílias com saúde caiu mais de 150 euros em 2020
Os portugueses gastaram menos com saúde em 2020, ano em que se procuraram menos cuidados de saúde e se reduziu a atividade assistencial, concentrada na Covid-19.
O receio pelo contágio por Covid-19 e a redução da atividade assistencial na saúde levaram a que os portugueses fossem menos aos hospitais e urgências. Desta forma, as despesas das famílias caíram no primeiro ano da pandemia, sendo a redução na fatura superior a 150 euros por cada casa, segundo as contas feitas pelo ECO.
A subir desde 2013, a despesa corrente das famílias na saúde inverteu a tendência crescente em 2020, ao recuar 12,8%, para totalizar os 5,4 milhões de euros, segundo os dados preliminares da Conta Satélite da Saúde, publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira.
Esta redução, acompanhada pela diminuição do financiamento suportado pelos subsistemas de saúde públicos voluntários (-8,4%) deveu-se, “principalmente, à diminuição da procura de cuidados de saúde pelos cidadãos e da atividade dos prestadores privados“, segundo nota o INE.
Olhando para o período pré-pandemia, em 2019, a despesa total das famílias com saúde rondou os 6,2 milhões de euros. Cruzando este valor com o número de agregados domésticos privados desse ano, segundo os dados disponibilizados pelo INE, é possível perceber que cada família gastou cerca de 1.497 euros com saúde.
Se no ano seguinte, marcado pela pandemia, a redução na fatura das famílias foi de 12,8%, esta ter-se-á fixado nos 1.306 euros em 2020. São quase 200 euros de diferença, valor que os portugueses deixaram de gastar na saúde.
O contexto pandémico provocou também “alterações relevantes na estrutura de financiamento do sistema de saúde, evidenciando-se o aumento do peso relativo do financiamento do SNS e SRS (+2,9 p.p.), das outras unidades da administração pública (+1,0 p.p.) e, em sentido oposto, a redução da importância relativa da despesa das famílias (-4,1 p.p.)”, segundo sublinha o INE.
A Conta Satélite contempla ainda dados relativos aos prestadores onde as famílias gastam, mas não existem ainda números para 2020. Em 2019, tinha-se verificado um aumento na despesa, motivado principalmente pelo acréscimo dos gastos nos hospitais privados (+17,2%), em outras vendas de bens médicos (+7,6%), em farmácias (+6,9%) e em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (+6,0%).
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