Baixa rentabilidade, rácios e malparado ameaçam rating do Montepio

Agência de notação mantém o banco com uma notação de "B", em nível de "lixo", com uma perspetiva "negativa". Vê vários desafios para o Montepio, sendo um deles o malparado, que deverá aumentar.

O Montepio está em reestruturação. A DBRS reconhece os esforços de Pedro Leitão para reforçar o balanço do banco, bem como para regressar a lucros, mas não são suficientes para um rating de qualidade. Mantém o banco com uma notação de “B”, em nível de “lixo”, com uma perspetiva “negativa” fruto dos desafios que vê adiante. Um deles é o malparado, que deverá aumentar.

A agência de notação financeira canadiana “confirmou o rating da Caixa Económica Montepio Geral de B” tendo em conta “as decisões adotadas pelo banco sob a tutela do novo CEO [Pedro Leitão] para reforçar o balanço da instituição e restaurar a rentabilidade no médio prazo”.

Contudo, a “perspetiva continua a ser negativa”. E a explicação da DBRS para manter a ameaça de corte do rating do banco está na “baixa rentabilidade” que a instituição apresenta, “os buffers de capital vulneráveis, mas também o elevado stock de crédito malparado”. “Acrescentando a isto, há ainda o impacto que a pandemia de Covid-19 terá na economia, que ameaça ainda mais o balanço do Montepio e o processo de reestruturação”, diz a DBRS.

Além da redução de pessoal, do encerramento de balcões, o “banco está a implementar medidas que visam fortalecer os seus rácios de capital, bem como para reduzir o malparado e a exposição a ativos não core”, como foi o caso da venda da posição na Almina.

O Montepio fechou 2020 com um rácio CET1 phased-in de 11,3% e um rácio total de 13,4%, tendo conseguido, entretanto, emitir 50 milhões de euros em títulos de dívida Tier 2. Mas os rácios são baixos e com a fraca rentabilidade, a DBRS teme pela capacidade de o banco reduzir o rácio de malparado.

Na perspetiva da DBRS, “os créditos em incumprimento deverão aumentar no final do período das moratórias, em setembro. No final do primeiro trimestre, o Montepio tinha cerca de 24% da carteira de crédito em moratória”.

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