O elefante no meio da sala. Diversidade, equidade e inclusão

  • Marlene Rosário
  • 6 Julho 2021

Não nos deixemos enganar, o mundo ainda está longe de ser designado inclusivo e equitativo. Há um grande trabalho a fazer nestas matérias.

O mundo está a mudar e as organizações também. A diversidade, equidade e a inclusão nunca foram tão abordados como agora, são assuntos que estão na ordem do dia e não deixa de ser gratificante a naturalidade como são encarados por aqueles que têm o privilégio de trabalhar em organizações onde já são vividos e estão integradas na dinâmica organizacional.

Mas não nos deixemos enganar, o mundo ainda está longe de ser designado inclusivo e equitativo. Há um grande trabalho a fazer nestas matérias, basta relembrar o que aconteceu recentemente com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma visita à capital turca em abril deste ano. Este incidente diplomático trouxe para as luzes da ribalta a especulações de sexismo, no entanto, e especulações à parte, como muito bem referiu a presidente da CE num discurso posterior ao acontecimento, se isto acontece num evento rodeado de câmaras de televisão, o que acontecerá em ambientes “por trás das câmaras”?

Há todo um trabalho que tem de ser feito, não só com o foco nas organizações, mas também ao nível dos educadores e das famílias. Tudo começa na educação dos nossos filhos para que eles percebam que o género é uma característica e que as características, tal como as diferentes personalidades, vivências, experiências, perspetivas ou mesmo incapacidades, fazem de nós os seres únicos que somos, tendo cada uma a sua função na definição da nossa personalidade e complementando-se entre si. É fundamental educar no sentido de tomarem ações para fazer com que os outros se sintam bem acolhidos, respeitados, suportados e valorizados como qualquer outro elemento, seja no grupo de amigos, ou mais tarde nas organizações. Educar no sentido de que não há profissões para homens e profissões para mulheres. Neste caso em concreto, iniciativas como a da ‘Portuguese Women in Tech’ são um excelente exemplo de como reforçar e promover a consciencialização de que não há profissões específicas por género.

Por isso sim, temos de falar abertamente acerca da diversidade, equidade e da inclusão. Ignorar simplesmente o “elefante no meio da sala” não vai fazer com que desapareça.

A partir do momento em que as organizações apreciarem a singularidade de cada um, valorizarem a diversidade como a chave para o sucesso, adotarem práticas inclusivas e garantirem oportunidades iguais, vão conseguir liberar todo o seu potencial. Uma estratégia de DE&I sólida revela-se sempre uma mais-valia para trazer resiliência em momentos de crise, e que o compromisso com esses valores traduz o quão inabalável é a reputação de uma organização.

  • Marlene Rosário
  • Diretora de recursos humanos da Bosch Security Systems

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