Morais Leitão e Cuatrecasas alvo de buscas por causa do negócio das barragens da EDP
Em causa o processo relativo ao negócio da transmissão de seis barragens do grupo EDP -- cliente da Morais Leitão -- para o consórcio francês integrado pela Engie, cliente da Cuatrecasas.
A Morais Leitão e a Cuatrecasas foram alvo de buscas esta terça-feira no âmbito de uma investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). “Confirmo que o nosso escritório de Lisboa foi alvo de buscas, no âmbito de um processo de um nosso cliente”, segundo fonte oficial do escritório disse à Advocatus. Cliente esse que é a EDP.
“A Cuatrecasas confirma que foram realizadas buscas no escritório de Lisboa, tendo sido prestada toda a colaboração e não tendo sido constituído arguido nenhum advogado da sociedade”, disse fonte oficial do escritório.
Em causa estão as buscas a decorrer na EDP e na Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em Lisboa, Porto, Amadora e Miranda do Douro, em “instalações de barragens, escritórios de advogados, um organismo do Estado, uma sociedade de contabilidade e sociedades ligadas ao setor hidroelétrico”. Integradas no processo em que se investigam factos relacionados com o negócio da transmissão de seis barragens do grupo EDP — cliente da Morais Leitão — para o consórcio francês integrado pela Engie — clientes da Cuatrecasas — , Crédit Agricole Assurances e Mirova (Grupo Natixis). Em causa estão “suspeitas da prática de crime de fraude fiscal”, confirmou o DCIAP em comunicado.
Porém, nenhum advogado de nenhum dos escritórios de advogados foi constituído arguido.
A inspecionar o negócio há vários meses, a AT tem um prazo máximo de um ano para apresentar as suas conclusões sobre se houve ou não planeamento fiscal agressivo por parte da EDP e se há ou não lugar ao pagamento de 110 milhões de euros relativos ao Imposto de Selo da operação.
“A EDP confirma que foi hoje alvo de uma operação de busca com a coadjuvação da Autoridade Tributária no âmbito da venda de um portefólio de seis barragens à Engie, por alegada fraude fiscal. A EDP está a prestar toda a colaboração com as autoridades e mantém-se convicta de que a operação de venda cumpre todos os requisitos legais”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.
Também a APA informou estar a “receber na sua sede uma diligência processual por mandado do Ministério Público”.
Intervêm na operação 29 Inspetores da Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC), 37 inspetores da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), incluindo 10 especialistas do Núcleo de Informática Forense, sendo que a operação em curso, para além de elementos da UGC e da DSIFAE, conta ainda com 28 militares da Unidade de Ação Fiscal da GNR, incluindo dois especialistas em informática forense. Nas diligências participam sete magistrados do Ministério Público e cinco magistrados judiciais.
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