Vieira em prisão domiciliária até pagar três milhões de caução
Luis Filipe Vieira fica em prisão domiciliária até pagar caução de três milhões de euros e impedido de contactar administradores da SAD do Benfica e com Vítor Fernandes, chairman do Banco de Fomento.
Luís Filipe Vieira ficará em prisão domiciliária, sem pulseira eletrónica, até prestar a caução de três milhões de euros, que poderá ser em numerário, garantia bancária, títulos ou até hipoteca de imóveis. É esta a decisão do juiz Carlos Alexandre no caso “Cartão Vermelho”, depois de ter interrogado Vieira, com funções já suspensas no Benfica. São medidas “manifestamente excessivas”, diz o advogado Magalhães e Silva, mas não está decidido se haverá recurso dessa decisão. “Ele (Luis Filipe Vieira) saiu do tribunal em liberdade”, disse o advogado à saída do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
De acordo com o comunicado oficial, a Luís Filipe Vieira foi imposta “a proibição de contactar, por qualquer meio, com os demais arguidos (com exceção do arguido Tiago Vieira) e ainda com Nuno Sérgio Durães Lopes, António Rodrigues de Sá, Vítor Manuel Dantas de Machado, José Gouveia, Diogo Chalbert Santos, Vítor Fernandes e qualquer administrador ou funcionário do Novo Banco, bem como membro da administração da Sport Lisboa e Benfica SAD“. Ressaltam, aqui, além dos administradores da SAD, o gestor Vítor Fernandes, que foi administrador do Novo Banco e está indigitado para chairman do Banco de Fomento, e qualquer administrador do próprio Novo Banco.
O Ministério Público propôs as medidas de coação, e o juiz Carlos Alexandre confirmou essa promoção. Além da caução, já se sabe que Vieira estará impedido de contactar com os arguidos, mas também com outros elementos, nomeadamente administradores da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Benfica, o que inviabiliza, na prática, qualquer possibilidade de exercer as funções. O juiz Carlos Alexandre não avançou com a suspensão de funções, porque o próprio dirigente do Benfica anunciou a sua suspensão de funções. Mas a proibição de contactos com todos os administradores da SAD e do clube são, na prática, uma suspensão de funções.
No caso de Luís Filipe Vieira, estão em causa estão suspeitas de “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento” por “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente”. Os quatro detidos, incluindo Vieira, são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.
Já o empresário José António dos Santos, popularmente conhecido como ‘o rei dos frangos’, terá de prestar uma caução de dois milhões de euros. “Fundamental é o regresso imediato a casa”, disse o advogado Castanheira Neves. O filho de Vieira, Tiago Vieira, tem de pagar uma caução de 600 mil euros. Já o agente de futebol Bruno Macedo terá de pagar uma caução de 300 mil euros.
(Notícia em atualização)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Vieira em prisão domiciliária até pagar três milhões de caução
{{ noCommentsLabel }}