Yellen pede à UE para considerar “seriamente” a injeção de mais estímulos para garantir retoma da economia
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos foi à reunião do Eurogrupo para pedir aos ministros das Finanças para considerarem "seriamente" a introdução de mais estímulos à economia europeia.
Janet Yellen reconheceu esta segunda-feira no Eurogrupo que a resposta orçamental da União Europeia foi “importante e sem precedentes”. Contudo, a secretária do Tesouro pediu aos Estados-membros para considerarem “seriamente” a injeção de mais estímulos na economia europeia para assegurar que a retoma económica é robusta, de acordo com o discurso a que a Reuters teve acesso.
“Acho que todos podemos concordar que a incerteza mantém-se elevada“, terá dito a secretária do Tesouro dos Estados Unidos (semelhante ao ministro das Finanças na Europa), argumentando que “neste contexto é importante que a política orçamental se mantenha acomodatícia durante 2022“. Assim, pediu aos seus homólogos para considerarem “seriamente” na injeção de mais estímulos, tal como está previsto nos EUA.
Este apelo de Yellen para que a UE introduza mais estímulos já tinha sido sugerido por alguns responsáveis europeus, mas a discussão ficou adiada uma vez que a execução da primeira vaga de estímulos, a “bazuca”, ainda não arrancou. Mais recentemente, França sugeriu a emissão de dívida comum para financiar investimentos verdes, mas a Alemanha colocou logo um travão.
No mesmo discurso, a secretária do Tesouro pediu ainda a todos os Estados-membros que assinem o acordo mundial sobre a tributação internacional, após o consenso alcançado o G20 e 130 países no âmbito da discussão inclusiva na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Um dos opositores do acordo tal como está é a Irlanda, cujo ministro das Finanças, Paschal Donohoe, é o presidente do Eurogrupo.
“Temos de acabar com a transferência de lucros das empresas para jurisdições com impostos baixos e acabar com os truques de contabilidade que permitem às empresas evitar pagar a sua quota-parte”, afirmou. “Vamos precisar de fontes de receita sustentáveis que não incidam sobre mais tributação dos salários dos trabalhadores“, uma opção que iria “exacerbar as desigualdades económicos que estamos comprometidos a reduzir”, acrescentou Yellen.
Porém, o discurso da secretária do Tesouro parece não ter feito referência à decisão da Comissão Europeia de congelar a proposta para um imposto digital que iria financiar a “bazuca” europeia, mas que encontrou a oposição dos Estados Unidos. À entrada para o Eurogrupo, Janet Yellen foi desafiada a reagir a esta decisão, mas não respondeu.
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