10 anos depois, Caixa volta a ter rating de investimento na Moody’s
Desde a crise da dívida que a Caixa era considerada "lixo" para a Moody's. Dez anos depois, banco público volta a ter notação com "grau de investimento".
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) acaba de ver a Moody’s a subir o rating para um nível de “grau de investimento”, algo que não acontecia há 10 anos. Este era um dos principais objetivos do CEO do banco público, Paulo Macedo, que se prepara para ver o seu mandato renovado por mais quatro anos.
A agência de notação financeira subiu em um nível o rating de dívida sénior de longo prazo da CGD de “Ba1” para “Baa3”: ou seja, deixa de ser considerada um “investimento especulativo” e passa a deter um “grau de investimento”. O outlook (perspetivas de evolução) foi mantido em “Stable”.
Em comunicado, a Caixa destaca esta subida como sendo “importante marco” na evolução e posicionamento no mercado, que “ocorre na sequência de três subidas verificadas durante a implementação do plano estratégico 2017-2020, fruto do progressivo reforço da solidez, rentabilidade e qualidade dos ativos”.
Em abril de 2011, quando Portugal pediu ajuda financeira internacional, a Caixa tinha um rating de A1 na Moody’s. Acabou esse mesmo mês três níveis abaixo, em “Baa1”. Não demorou muito até cair mais três níveis, para “Ba1”, o que aconteceu três meses depois, entrando naquilo que os investidores consideram de “lixo”. Até 2015, a CGD viria a ser objeto de mais três revisões em baixa.
A inversão só viria a acontecer em fevereiro de 2017, quando o banco registou a primeira subida em pleno processo de recapitalização. Em outubro de 2018, “com a melhoria da qualidade dos ativos”, nova subida de dois níveis. Agora, com esta subida, entra em “terreno” positivo, sendo que a CGD é agora notada em nível de investment grade por duas das principais agências internacionais, juntamente com a DBRS.
Ratings do BPI e Montepio também sobem
Além da Caixa, a Moody’s também subiu os ratings do BPI e do Banco Montepio, embora cada instituição esteja num patamar diferente na classificação de risco da agência norte-americana.
No caso do BPI, o rating subiu um nível de “Baa3” para “Baa2”: ou seja, já estava num nível considerado “grau de investimento” e reforçou agora esse estatuto com esta revisão em alta. A perspetiva de evolução também é “estável”.
Para o Montepio, a Moody’s também promoveu a subida de um nível de “Caa1” para “B3”, com o rating da dívida sénior não garantida do banco a ser considerada “investimento especulativo”. Está a seis níveis abaixo do “grau de investimento”.
(Notícia atualizada pela última vez às 15h37)
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