Prejuízos das empresas públicas dispararam para 1.143 milhões com a pandemia
O setor financeiro do Estado registou um melhor desempenho do que os restantes setores. Mas a pandemia teve um impacto em todos, levando a um aumento dos prejuízos.
Os prejuízos das empresas públicas passaram de 694 milhões de euros em 2019 para os 1.143 milhões de euros em 2020, com o contributo negativo do impacto da pandemia. É um aumento de 448 milhões de euros face ao ano anterior, o que representa um crescimento de 65%. Os dados constam de um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) divulgado esta terça-feira que analisa as contas do setor empresarial do Estado no ano passado.
“Em termos globais, em 2020 as empresas que integram o setor empresarial do Estado (SEE) reduziram os níveis de EBITDA e resultado líquido“, escrevem os técnicos do Parlamento que ajudam os deputados a analisar as contas públicas, assinalando que “a degradação destes indicadores financeiros ocorreu em quase todas as desagregações consideradas”.
Ou seja, o efeito da crise pandémica foi generalizado, independentemente do setor. Mas há uma exceção: as empresas públicas financeiras, que “mantiveram, em 2020, níveis de receita e gastos em linha com os do ano anterior”. Já os restantes setores registaram uma despesa maior e uma receita menor por causa da Covid-19.
No conjunto, o setor empresarial do Estado viu o seu EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cair 527 milhões de euros, passando de 841 milhões de euros em 2019 para 314 milhões de euros em 2020.
A receita total destas empresas diminuiu 251 milhões de euros em 2020 para os 8.986 milhões de euros enquanto a despesa aumentou 276 milhões de euros para os 8.672 milhões de euros.
“Com efeito, a atividade económica das empresas que integram o SEE, em 2020, foi negativamente afetada, quer por uma diminuição da receita total quer por um aumento dos gastos totais, com um impacto agregado de 527 milhões de euros, com reflexo direto no EBITDA alcançado”, escreve a UTAO.
Porém, o endividamento “diminuiu ligeiramente em 2020, com contributos distintos das várias categorias de empresas”. A redução foi de 159 milhões de euros (-0,6%) em 2020, face ao ano anterior, passando de 24.517 milhões de euros em 2019 para 24.358 milhões de euros em 2020.
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