Galp passa de prejuízos a lucros de 166 milhões no semestre
Além de voltar aos lucros, o EBITDA da Galp Energia ascendeu a 1.071 milhões, "um acréscimo de 41%, dadas as melhores condições de mercado".
A Galp Energia registou lucros de 166 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, isto depois dos prejuízos de 22 milhões apresentados nos primeiros seis meses de 2020, informou a petrolífera em comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em relação aos últimos três meses, a empresa dá conta de lucros na ordem dos 140 milhões de euros, mais 192 milhões do que em igual período de 2020, quando a petrolífera registou perdas de 52 milhões. No primeiro trimestre de 2021, os resultados apontam para lucros de 26 milhões.
A empresa dá conta de resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) de 1.071 milhões, “um acréscimo de 41%, dadas as melhores condições de mercado”, justifica a empresa liderada por Andy Brown.
Quanto às margens de refinação, a Galp dá conta de 2,1 dólares por barril, uma subida de 15% face aos 1,9 dólares registados no semestre homólogo. Olhando só para os últimos três meses, de abril a junho, as margens situaram-se em 2,4 euros por barril, um aumento de 28% face ao ano passado, “refletindo um contexto de refinação marginalmente mais favorável, apesar dos elevados preços do crude”.
Neste período, o EBITDA aumentou 281 milhões (por comparação com o trimestre homólogo) para 571 milhões “devido a uma maior contribuição do upstream, suportado pelo aumento dos preços do petróleo, assim como um desempenho do downstream menos pressionado pelo contexto macro”, explicou a petrolífera.
O EBITDA do negócio de upstream aumentou 85%, de 490 para 906 milhões de euros, “refletindo o aumento dos preços
do petróleo”, enquanto no segmento Industrial, que inclui as atividades de refinação, cogeração e logística o EBITDA caiu 59%, para 45 milhões de euros, ”
Ainda assim, a Galp dá conta de perdas no negócio de exploração de petróleo no primeiro semestre do ano, com imparidades registadas de 48 milhões de euros no upstream.
No que diz respeito à produção média líquida (net entitlement), esta caiu no primeiro semestre do ano 4%, para 125,1 mil barris de petróleo equivalente por dia, quando em igual período do ano passado esta produção estava nos 130 mil barris. As vendas de produtos petrolíferos (inclui segmento Comercial) aumentaram 9% entre janeiro e junho deste ano, para 7,2 milhões de toneladas, enquanto as vendas a clientes cresceram 2% para 2,9 milhões de toneladas. As vendas de gás natural a clientes caíram 18% e as vendas de eletricidade também aumentaram 25%.
Este foi o semestre em que a produção de energia renovável da Galp disparou significativamente, tendo sido quase 45 vezes superior: 667 GWh registados até junho, quando no primeiro trimestre de 2020 tinha sido de apenas 15 GWh.
Na semana passada a Galp anunciou a saída de três gestores da sua Comissão Executiva, mas a empresa garante que “as alterações na estrutura organizacional não terão impacto nos segmentos incluídos no reporte financeiro da Galp em 2021, que seguirá a estrutura anunciada na apresentação do Capital Markets Day de 2021″.
Investimento sobe 43% para 402 milhões de euros
Nestes primeiros seis meses do ano, o investimento da Galp totalizou 402 milhões de euros e aumentou 43%, face aos 280 milhões registados no ano passado. A fatia de leão do investimento foi para o negócio de upstream, que representou 71% deste total, enquanto o downstream representou 11% e as Renováveis e Novos Negócios 16%.
No seu plano estratégico apresentado recentemente, a Galp dá conta de uma redução de 20% no investimento, para cerca de 800 a mil milhões de euros. Para 2021 a perspetiva de investimento é entre 500 a 700 milhões de euros.
Diz a petrolífera que os investimentos no upstream foram maioritariamente alocados a atividades no Brasil, nomeadamente mas explorações de Bacalhau e BM-S-11. No dia 1 de junho, a Galp, através da sua subsidiária Petrogal Brasil, juntamente com a Equinor (operadora), ExxonMobil e Pré-sal Petróleo (PPSA) aprovaram o desenvolvimento do campo de Bacalhau, no pré-sal brasileiro, na Bacia de Santos, com um investimento total de cerca de oito mil milhões de dólares.
Já o investimento em atividades da área Comercial destinou-se à transformação do negócio (atividades non-fuel e instalações logísticas em Moçambique) e nas Renováveis e Novos Negócios foi para o desenvolvimento e execução de projetos solares na Península Ibérica.
De acordo com o comunicado enviado à CMVM, o investimento líquido da Galp representa um ganho de oito milhões de euros, “considerando receitas de desinvestimentos durante o período, com destaque para a participação na Galp Gás Natural Distribuição (GGND)”.
Até junho, o cash flow operacional ajustado da Galp aumentou 68% para 914 milhões de euros, face ao semestre homólogo. A geração de free cash flow totalizou 746 milhões de euros, “com uma forte geração de caixa suportada pelo desempenho operacional e pelo desinvestimento na GGND.
“Considerando os dividendos pagos a acionistas de 290 milhões de euros e a interesses que não controlam de 78 milhões de euros, assim como outros ajustes, a dívida líquida diminuiu 354 milhões, face ao final de 2020”, referiu a Galp no mesmo comunicado.
A apresentação de resultados do primeiro semestre dá conta de um dividendo interino de 25 cêntimos. O plano estratégico da Galp aponta para uma remuneração acionista que considera um dividendo base de 50 cêntimos por ação, além de uma componente variável adicional.
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