Portugal aguarda parecer da DGS sobre vacinação de jovens entre os 12 e os 17 anos. E lá fora?
Em Portugal, Costa garantiu estar "tudo preparado” para vacinar os jovens maiores de 12 anos, apesar de ainda não existir uma posição oficial da DGS. E lá fora, o que estão a fazer os outros países?
A Agência Europeia do Medicamento (EMA na sigla em inglês) já deu “luz verde” às vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna contra a Covid-19 para serem administradas em crianças entre os 12 e os 17 anos. Em Portugal, o primeiro-ministro garantiu estar “tudo preparado” para vacinar estes jovens, apesar de ainda não existir uma posição oficial da Direção-Geral da Saúde (DGS). E lá fora, o que estão a fazer os outros países?
Na semana passada, o primeiro-ministro deu o “tiro de partida” e revelou que está “tudo preparado” para administrar as duas doses das vacinas contra a Covid-19 a 570 mil crianças e jovens entre 12 e 17 anos nos fins de semana entre 14 de agosto e 19 de setembro. Esta vontade já tinha sido manifestada pela ministra da Saúde e pelo ministro da Educação, apesar de DGS ainda não ter tomado uma decisão definitiva, que deverá ser conhecida muito em breve.
Esta semana, após a reunião do Infarmed, Marta Temido e Henrique Gouveia e Melo vieram explicar que os pareceres preliminares da Comissão Técnica de Vacinação apontam para “uma priorização do grupo etário dos 18 aos 16 anos” e “uma priorização de vacinação de crianças com comorbilidades na faixa” entre os 15 e os 12 anos. Assim, a ideia é que a vacinação dos jovens de 16 e 17 anos comece no fim de semana de 14 e 15 de agosto e que os fins de semana seguintes sejam reservados para os jovens entre os 15 e os 12 anos. Não obstante, a Região Autónoma da Madeira vai começar a vacinar os maiores de 12 anos já este sábado.
E se em Portugal ainda não há definição, pela Europa os países vão divergindo nas posições, apesar dos vários apelos da Organização Mundial da Saúde a referir que a inoculcação destas faixas etárias não é prioritária, dada que as crianças têm um menor risco de contraírem a infeção e que há vários países, principalmente os com baixos rendimentos, com falta de vacinas.
Em Espanha, a ministra da Saúde anunciou que foi apresentada uma proposta à comissão técnica do país para vacinar os jovens desta faixa etária antes do início do novo ano letivo. Já em Itália, o regulador deu autorização para que a vacina contra a Covid-19 fosse administrada a partir dos 12 anos, pelo que estas faixas etárias já estão a ser inoculadas desde o início de junho, tal como noticiou a Ansa (acesso livre, conteúdo em italiano), e pouco depois de o regulador europeu ter aprovado a vacina da Pfizer para estas faixas etárias.
Também a Áustria pretende vacinar mais de 340 mil crianças entre os 12 a 15 anos até o final de agosto, segundo a CNN Brasil (acesso livre, conteúdo em português), ao passo que na Dinamarca os jovens desta faixa etária já começaram a ser vacinados. “É necessário um alargamento do grupo-alvo para a faixa etária de 12 a 15 anos para garantir ainda maior imunidade da população e, assim, garantir o controlo da epidemia na Dinamarca”, disse o responsável da Autoridade de Saúde dinamarquesa, Soren Brostrom, aquando no anúncio da medida.
Já a Hungria começou a vacinar jovens entre os 16 a 18 anos em meados de maio, ao passo que a Estónia poderá começar a vacinar adolescentes no outono, informou a emissora pública ERR, citando o chefe do conselho governamental para a Covid-19. A Suíça aprovou em 4 de junho a vacinação de jovens entre os 12 a 15 anos com a vacina da Pfizer.
Mais cautelosos são França, Alemanha e Reino Unido, por exemplo, cuja vacinação das crianças entre os 12 e os 16 anos é permitida sob certas condicionantes, e tal como defendido pela maioria dos peritos da Comissão técnica de Vacinação em Portugal. Em França, a vacinação destas faixas etárias arrancou em meados de junho, sendo que para tal é necessário o consentimento dos pais, mediante preenchimento de um formulário e assinado pelos próprios. Além disso, antes da primeira toma da vacina, as crianças devem realizar uma consulta médica, revela a Rádio França Internacional (acesso livre).
Também no país liderado por Angela Merkel, a vacinação dos jovens entre os 12 e os 18 anos arrancou em junho, mas o comité consultivo alemão recomenda que apenas as crianças e jovens com doenças preexistentes recebam a vacina. Também no Reino Unido a maioria das crianças não vão receber a vacina, estando apenas prevista a administração em casos muito específicos e quando existem problemas de saúde. É o caso dos jovens entre os 12 e os 15 anos com doenças neurológicas graves, síndrome de Down, imunossupressão e dificuldades de aprendizagem profundas ou graves.
E fora da Europa?
Também fora da Europa, os países vão divergindo nas decisões. No continente americano, Estados Unidos, Canadá, Brasil e Chile estão a administrar a vacina da Pfizer aos jovens maiores de 12 anos. Pelo Médio Oriente, Israel começou a vacinar as crianças entre os 12 e os 15 anos a 6 de junho, apesar de alguns menores de 16 anos considerados de grupos de risco já estivessem a ser vacinados. Já os Emirados Árabes Unidos também estão a vacinar os jovens entre os 12 e os 15 anos com a vacina da Pfizer, segundo a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).
Pelo continente asiático, a China aprovou, em junho, a administração da vacina Sinovac para as crianças maiores de 3 anos, enquanto Singapura está também a vacinar os jovens entre os 12 e os 18 anos. Nas Filipinas e no Japão, os jovens com mais de 12 anos estão a receber a vacina da Pfizer.
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