Oeiras, Lisboa e Cascais são os concelhos onde se ganha mais
Oeiras volta a ter os rendimentos declarados mais elevados. Destacam-se 42 cidades com valores medianos superiores a 10.000 euros por sujeito passivo, mais dez municípios do que em 2018.
Um quinto dos municípios (65 em 308) apresentou valores medianos do rendimento superiores à média nacional durante 2019, fixada em 9.539 euros, um valor 4,5% superior em relação ao ano anterior. Com um valor médio de 14.009 euros, Oeiras volta a ser o município com rendimentos declarados mais elevados. Há ainda 42 cidades com valores medianos superiores a 10.000 euros por sujeito passivo, mais dez municípios do que em 2018, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Com, respetivamente, 12.898 euros e 11.859 euros, Lisboa e Cascais completam o “pódio” de municípios com valores medianos mais elevados do rendimento bruto declarado deduzido do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), logo a seguir a Oeiras. Os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) ficaram acima da referência nacional, a par com “19 municípios na região Centro, 13 no Alentejo, 7 no Norte, 4 na Região Autónoma dos Açores, 3 na Região Autónoma da Madeira e apenas Faro no Algarve”, revelam as estatísticas do rendimento ao nível local relativas a 2019.
Por sub-regiões, a Área Metropolitana de Lisboa (11.283 euros), a Região de Coimbra (9.715 euros), a Região de Leiria (9.709 euros), o Alentejo Central (9.655 euros) e a Região de Aveiro (9.579 euros) registaram os rendimentos medianos mais elevados, superiores à referência nacional, enquanto as sub-regiões do Alto Tâmega (7.531 euros) e do Tâmega e Sousa (7.843 euros) apresentaram os rendimentos medianos mais baixos. Ou seja, os valores mais baixos (inferiores a 8.000 euros) pertencem sobretudo à região Norte. O INE aponta, ainda assim, que os 308 municípios do país acompanharam a tendência de crescimento.
Quanto à amplitude do rendimento entre municípios, com 1.147 euros, a Lezíria do Tejo voltou a ser a sub-região com a menor amplitude, em que o menor valor de rendimento anual se registou na Chamusca (8.420 euros) e o maior em Santarém (9.867 euros). Na AML, por outro lado, verificou-se a maior disparidade de rendimento (3.956 euros), com o menor valor a registar-se na Moita (10.053 euros) e o maior em Oeiras.
A análise estatística indica ainda que, em 2019, o rácio P80/P20 do rendimento, um indicador que traduz o número de vezes que o rendimento do sujeito passivo situado no percentil 80 é superior ao rendimento do sujeito passivo do percentil 20, “era 2,8 em Portugal e 50 municípios apresentaram um valor superior a este referencial”. Com maior disparidade, destacaram-se Lisboa (3,7), Porto (3,6) e Cascais (3,4), observando-se o menor rácio em Vizela (2,0).
Em 2019, o coeficiente de Gini, indicador habitualmente utilizado para sintetizar o grau de desigualdade de uma distribuição de rendimentos, registou uma “ligeira redução face a 2018 (37%)”, fixando-se em 36,5%. “As regiões autónomas dos Açores (38,1%) e da Madeira (36,6%), as áreas metropolitanas de Lisboa (37,6%) e do Porto (36,5%) e as sub-regiões contíguas do Alto Tâmega (37,8%), do Douro (37,5%) e de Terras de Trás-os-Montes (36,9%) apresentaram coeficientes iguais ou superiores ao valor nacional, sugerindo uma maior desigualdade relativa na distribuição do rendimento”, refere o INE. Por outro lado, o Alentejo Central (31,8%) apresentou o menor nível de concentração do rendimento entre as 25 sub-regiões NUTS III do país.
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