Comércio, carrosséis e discotecas. As reações às novas medidas de desconfinamento
Setores congratulam-se com novas medidas anunciadas pelo Governo, mas alguns lamentam que cheguem tarde, como bares e discotecas.
António Costa anunciou esta quinta-feira que as restrições de horários no comércio e restauração acabam a 1 de agosto, mantendo-se a obrigatoriedade de uso de certificado digital em espaços interiores aos feriados e fins de semana. No âmbito do novo desconfinamento por três fases, foi também anunciado que as empresas de diversão podem retomar a atividade a partir de domingo, enquanto bares e discotecas podem reabrir portas apenas em outubro, mediante apresentação de certificado ou teste negativo. Conheça as reações dos setores.
CCP aplaude novas medidas de desconfinamento
A Confederação do Comércio e Serviços (CCP) considerou “globalmente positivas” as medidas de desconfinamento progressivas, sobretudo o “restabelecimento dos horários normais no comércio e restauração e o fim da discriminação entre concelhos”. Em comunicado, a entidade registou ainda “como positivo que a avaliação do nível de risco se baseie no critério da taxa de vacinação da população, ultrapassando as deficiências manifestas que a chamada ‘matriz de risco’ já evidenciava”.
A CCP saudou também “o fim do teletrabalho obrigatório, permitindo uma gestão mais eficaz dos recursos humanos e da logística empresarial”, acrescentando que “mantém a absoluta confiança nos empresários e nos trabalhadores do comércio e serviços para continuarem a garantir o escrupuloso cumprimento das medidas de saúde pública que ainda se revelam necessárias para o prosseguimento positivo da situação do país”.
Abertura em outubro chega “tarde”, dizem discotecas
A Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA) considerou que a reabertura do setor a partir de outubro chega “tarde” para os espaços de diversão noturna da região, que têm “mais um verão perdido”. O presidente da ADSA, Liberto Mealha, congratulou-se, no entanto, por bares e discotecas de outras regiões do país poderem retomar a atividade com a reabertura anunciada hoje pelo Governo.
“Mais vale tarde do que nunca, mas o que é facto é que, na verdade, sendo anunciado as discotecas a abrir em outubro, para nós Algarve não surte efeito nenhum, é mais um verão perdido, porque, sendo nós sazonais, em outubro a época praticamente está terminada e a decisão é muito prejudicial”, afirmou Liberto Mealha.
A Associação Nacional de Discotecas (AND) encarou o anúncio do Governo com “um sabor agridoce”, questionando sobre quais os apoios por mais dois meses de encerramento. “Temos o lado positivo, que foi, pela primeira vez, António Costa falou nas discotecas, falou nos bares, balizou um prazo – estamos a falar de mais dois meses encerrados -, e temos o outro aspeto negativo, claro, que é o não conseguirmos laborar no verão como esperado, pelo menos para os espaços ao ar livre”, afirmou o presidente da AND, José Gouveia, em declarações à Lusa.
Empresários da diversão satisfeitos, mas reclamam apoios
Os empresários de diversão itinerante afirmaram que “mais vale tarde do que nunca”, depois de o Governo confirmar a abertura total desta atividade, e pedem apoios específicos para o setor, prejudicado pelas restrições de combate à pandemia. Os equipamentos de diversão, como carrosséis e jogos itinerantes, podem começar a trabalhar a partir de domingo em todos os concelhos do país, desde que cumpram as regras da Direção-geral da Saúde (DGS) e “em local autorizado pelo município”, anunciou hoje o primeiro-ministro.
“Perdemos mais um fim de semana na altura de verão, mas de qualquer forma é como diz a expressão popular: mais vale tarde do que nunca”, disse à Lusa Luís Paulo Fernandes, presidente da Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC).
O empresário destacou que “não existe suspeita de incidência de covid-19 nos parques” organizados no ano passado e este ano por estes empresários, que seguiram um protocolo aprovado pela Direção-Geral da Saúde e ficaram “muito surpreendidos e desiludidos” quando foram impedidos de exercer nos concelhos com risco elevado e muito elevado de incidência de covid-19.
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