Retoma leva a queda da dívida pública para 132,8% do PIB no segundo trimestre
A dívida pública, na ótica de Maastricht, subiu 2,7 mil milhões de euros em junho para os 277,5 mil milhões de euros. O rácio baixou para os 132,8% do PIB no segundo trimestre deste ano.
A dívida pública, na ótica de Maastricht (a que interessa a Bruxelas), subiu 2,7 mil milhões de euros em junho para os 277,5 mil milhões de euros, um novo máximo, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Apesar de o valor ser o mais elevado de sempre, o rácio terminou o segundo trimestre nos 132,8% do PIB, menos do que os 137,2% do PIB no primeiro trimestre.
“O rácio da dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto situou-se em 132,8%, o que representa uma redução de 4,3 pp (pontos percentuais) face ao final do primeiro trimestre“, revela o banco central, referindo-se ao segundo trimestre, período em que o PIB cresceu 15,5% em termos homólogos e 4,9% em cadeia, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Esta é a maior queda trimestral do rácio da dívida desde o quarto trimestre de 2017.
Rácio da dívida desce no segundo trimestre
Esta queda é explicada integralmente pelo aumento do PIB (denominador) graças à retoma económica do segundo trimestre na sequência do desconfinamento. O segundo trimestre de 2021 foi o melhor da economia portuguesa desde que a pandemia chegou a território nacional. Com um PIB maior, o rácio de endividamento — que é um dos principais indicadores para aferir a sustentabilidade da dívida pública — caiu significativamente, mesmo com o valor da dívida em si a atingir novo recorde.
No segundo trimestre, o stock da dívida pública cresceu cerca de 2,3 mil milhões de euros, sendo que em parte tal se deve à chegada da segunda tranche do SURE, o programa da Comissão Europeia que apoia o emprego. Em junho, segundo o Banco de Portugal, “contribuíram essencialmente as emissões de títulos de dívida (2,2 mil milhões de euros)” para o aumento da dívida.
Stock da dívida atinge novo máximo
A previsão do Governo é chegar ao final do ano com um rácio da dívida pública de 128% do PIB, menos 5,6 pontos percentuais do que o de 2020. Esta previsão tem subjacente um crescimento anual da economia de 4% e um défice de 4,5% do PIB em 2021, mas estas estimativas poderão mudar quando for apresentado o Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), até porque o Executivo está confiante de que a economia vá crescer mais.
Sobre os dados mensais, os números do banco central revelam ainda que os ativos em depósitos das administrações públicas — a chamada “almofada financeira” — aumentaram 800 milhões de euros para os 21,5 mil milhões de euros. Assim, a dívida pública líquida de depósitos aumentou 1,9 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 256 mil milhões de euros.
A próxima atualização dos dados do endividamento público ocorre a 1 de setembro.
(Notícia atualizada às 11h20)
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