Novo Banco tem lucros de 137,7 milhões no primeiro semestre
Banco liderado por António Ramalho já tinha registado lucros no primeiro trimestre. Manteve a tendência no segundo trimestre, elevando para 137,7milhões o resultado líquido na primeira metade de 2021.
O Novo Banco fechou os primeiros seis meses do ano com lucros de 137,7 milhões de euros, contra os 555,3 milhões de prejuízos registados no período homólogo. Depois do resultado positivo nos primeiros três meses, o primeiro desde 2018, manteve a tendência nos três meses até junho, sendo esta a primeira vez desde que foi criado, há quase sete anos, que o banco liderado por António Ramalho apresenta dois trimestres consecutivos positivos.
“O Novo Banco apresenta pelo segundo trimestre consecutivo um resultado líquido positivo”, diz o banco no comunicado enviado à CMVM, apontando para os lucros de 70,7 milhões no primeiro trimestre a que se seguiram mais 67 milhões no segundo trimestre. Este desempenho, que elevou os resultados no acumulado do ano para 137,7 milhões, “demonstra a capacidade do negócio em gerar capital”, atira.
O banco explica estes lucros com a margem financeira, que apresentou “um crescimento de 13,1% face ao período homólogo. E também com os resultados de operações financeiras (que aumentaram 129,1 milhões), contribuindo para uma melhoria do produto bancário comercial” que aumentou em 9,7%. Assim, em tendo em conta a “redução dos custos operacionais do banco (que caíram 4,7%), o resultado operacional core ascendeu a 220,7 milhões.
Houve menos custos operacionais, mas também uma fatura menos pesada com imparidades. As “imparidades para crédito totalizaram 84,7 milhões de euros, que incluem 35,2 milhões de imparidade para riscos relacionados com a Covid-19, apresentando uma redução de -69,9% ou -196,4 milhões de euros face ao período homólogo”.
Crédito cai, mas comissões aumentam
A carteira de crédito a clientes totalizou 24.986 milhões de euros, valor que compara negativamente com o final do ano passado. Regista uma “variação de -0,9% face a dezembro de 2020, evolução influenciada pela continuada estratégia de redução de créditos não produtivos”, explica o banco, salientando que no primeiro semestre foi concretizada “a venda de uma carteira de créditos não produtivos e ativos relacionados com um valor bruto de 210,4 milhões”.
Esta quebra no crédito foi visível tanto no financiamento a empresas como a particulares, mas não impediu o aumento da margem financeira, que puxou pelas contas. A impulsionar os resultados estiveram também as comissões: o “comissionamento do primeiro semestre de 2021 registou um desempenho positivo +3,1% face ao período homólogo, totalizando 135,5 milhões”, diz o banco.
Ao mesmo tempo, assistiu-se a um “crescimento dos recursos totais de clientes em 3,7% face a dezembro de 2020, apresentando um aumento dos depósitos de clientes de 3,0% (equivalente a 782 milhões)”. Isto é, diz o banco liderado por António Ramalho, “reflexo da contínua confiança dos clientes no Novo Banco”.
22% da carteira em moratória
O Novo Banco fechou o semestre com um rácio de malparado de 7,3%, que compara com o de 8,9% que apresentava no final do ano passado, além de apresentar agora um rácio de cobertura de créditos em incumprimento de 78,4%. É resultado de uma estratégia de redução de risco numa altura em que se aproxima o fim das moratórias bancárias concedidas por causa da Covid-19.
Atualmente, de acordo com os dados revelados pelo banco, ainda há uma “fatia” substancial de créditos em moratória, apesar da redução registada recentemente. “Em junho de 2021 totalizavam 5,6 mil milhões de euros (contra 6,9 mil milhões em dezembro de 2020), representando cerca de 22% da carteira de crédito a clientes, juntamente com 1,3 mil milhões de euros de linhas de crédito garantidas concedidas a empresas, dos quais cerca de 97% já desembolsados”.
“As moratórias concedidas, no âmbito do quadro legislativo, abrangem cerca de 30% da carteira de crédito a empresas, 15% da carteira de crédito habitação e 3% da carteira de outros créditos a particulares, apoiando cerca de 20.000 clientes”, explica a instituição financeira.
(Notícia atualizada às 17h05 com mais informação)
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