Produtos florestais representam quase um décimo das exportações nacionais
Transações de produtos florestais já superaram período pré-pandemia. Exportações de mobiliário, construções de madeira e de vime aumentaram 96 milhões de euros.
Portugal está a exportar mais produtos florestais, categoria que vai ganhando peso na balança comercial nacional e representa já quase um décimo do total. Este segmento atingiu os 2.713 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, desempenho para o qual contribuíram as vendas de mobiliário, construções de madeira e diversos de vime, que cresceram 32,8%.
As exportações de produtos florestais aumentaram 16,6% relativamente ao mesmo período do ano anterior, e 1,7% face ao primeiro semestre de 2019, antes da pandemia, destaca o Instituto Nacional de Estatística (INE), nos dados divulgados esta segunda-feira. O gabinete estatístico salientou o peso que este grupo tem no comércio internacional de bens (8,7% das exportações e 3,4% das importações em 2020).
Dentro destes produtos, sobressai o mobiliário, construções de madeira e diversos de vime, cujas exportações aumentaram 96 milhões de euros (+32,8%; +5,6% comparando com o mesmo período de 2019), principalmente para França, segundo nota o INE.
Nos grupos de produtos florestais, apenas o papel e cartão caiu face a 2019, nomeadamente nas exportações para Alemanha e França. Este foi, ainda assim, o principal grupo exportado neste conjunto no primeiro semestre de 2021, atingindo um peso de 34,1% (-2,5 p.p. face ao mesmo período de 2020).
As importações de produtos florestais também aumentaram, 9,7% face ao mesmo período de 2020, totalizando 1.291 milhões de euros. Comparando com o pré-pandemia, o aumento foi de 0,9%. O maior aumento foi nas importações de papel e cartão (segmento que caiu nas exportações), principalmente provenientes de Espanha.
Olhando para o saldo comercial das transações de produtos florestais, este atingiu 1.422 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, mais 272 milhões de euros face ao primeiro semestre de 2020. “Para este aumento, contribuíram principalmente as transações de “mobiliário, construções de madeira e div. de vime” (o saldo aumentou 70 milhões de euros, maioritariamente devido às transações com França)”, explica o gabinete de estatísticas.
Se compararmos com o primeiro semestre de 2019, o saldo comercial aumentou 35 milhões de euros. Isto deve-se principalmente às transações de pastas de madeira, grupo no qual o saldo aumentou 38 milhões de euros, nomeadamente com as transações com Espanha. Só no papel e cartão houve uma diminuição do saldo, de 78 milhões de euros.
Este desempenho ocorre depois de uma queda tanto nas exportações como importações de produtos florestais em 2020, ano em que o saldo das transações diminuiu. Para a queda “contribuíram sobretudo as transações de “Papel e cartão”, que registaram uma diminuição do saldo de 162 milhões de euros, correspondente ao maior decréscimo no saldo da balança comercial de “Produtos florestais” face a 2019”, esclarece o INE.
Mais embalagens e menos papel para uso doméstico
As exportações de papel e cartão aumentaram 74 milhões de euros, no primeiro semestre deste ano, ficando ainda assim abaixo do valor verificado no período pré-pandemia. Exportou-se mais papel e cartão para usos gráficos e embalagens de papel e cartão, enquanto se importou menos papel e cartão para usos domésticos e sanitários.
“Separando o total de papel e cartão em oito grupos, verifica-se que o principal contributo para o aumento face ao primeiro semestre de 2020 decorreu das exportações de papel e cartão para usos gráficos (+4,9%; -17,6% face ao 1º semestre de 2019), nomeadamente Papel e cartão, não revestidos, do tipo utilizado para escrita, impressão ou outros fins gráficos (principalmente para o Egito)”, explica o INE.
Para além disso, também cresceram as exportações de embalagens de papel e cartão (mais 22,3% que em 2020 e mais 20,4% que no primeiro semestre de 2019). Foi essencialmente devido às vendas de caixas, sacos, bolsas, cartuchos e outras embalagens, de papel, cartão, pasta (ouate) de celulose ou de mantas de fibras de celulose, principalmente com destino a Espanha.
Já as importações deste segmento aumentaram 8% face ao mesmo período de 2020, “resultado sobretudo do acréscimo nas importações de “outro papel e cartão não sujeito a tratamentos complementares”, diz o INE. Por outro lado, caíram as importações de papel e cartão para usos domésticos e sanitários.
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