Love in a Box saiu da caixa na pandemia e agora faz casas de madeira à medida para crianças
Um ano depois do lançamento da Love In a Box, a marca já chegou a cerca de oito países e constrói cerca de 100 casinhas por mês. Brevemente vai lançar uma marca dedicada aos mais graúdos.
Com a chegada da pandemia, alguns negócios ficaram completamente paralisados. A Nevermind, empresa nortenha, criada em março de 2019, que se dedicava-se à organização de eventos para crianças em shoppings e espaços públicos foi apenas mais um. Um ano depois do lançamento, a Covid-19 trocou-lhe as voltas ao forçar o cancelamento de todos os eventos. No entanto, baixar os braços não foi opção e a empresa acabou por sair da caixa, encontrando no mobiliário infantil uma oportunidade de negócio.
Susana Silva, uma das sócias a empresa, conta ao ECO que aproveitou o know-how da Nevermind, que já se dedicava à construção de parques infantis, parques aventura, piscina de bolas, carrosséis, pistas de gelo e casinhas para grandes superfícies. Perante a impossibilidade de trabalhar decidiram reinventar a marca para salvaguardar os postos de trabalho. Com as crianças fechadas em casa e impossibilitas de brincar nos parques, Susana Silva, mãe de dois filhos, teve a ideia de trazer o parque e as casinhas de brincar até elas. E assim nasceu a Love in a Box.
Decidiram “não baixar os braços” e reinventar aquilo que já faziam. “Como fazíamos muitos parques exteriores para crianças decidimos fazer a mesma coisa, mas para dentro de casa. Já tínhamos uma pequena área de carpintaria e serralharia, foi uma questão de adaptar”, refere a presidente executiva.
“Os modelos são inspirados nas crianças e com a pandemia foi uma forma de trazer o recreio para dentro de casa”, explica Susana Silva. A marca Love In a Box desenha e constrói casinhas, parques temáticos, superparques, casas da árvore, mobiliário e acessórios de madeira. Uma casinha de madeira para os mais jovens custa, em média mil euros, mas depende sempre da dimensão. O negócio vai de vento em popa e a marca vende cerca de cem casas por mês. Para a empreendedora os filhos são uma inspiração.
A empresa acabou por fazer investimentos no âmbito da indústria 4.0., optando por comprar e reabilitar uma antiga fábrica têxtil em Labruge, Vila do Conde, que estava parada há mais de 20 anos. Agora tem uma área de oito mil metros quadrados. Foi necessário comprar toda a maquinaria de carpintaria para a indústria porque passaram de “construir uma casa por semana para 100 por mês”, destaca com orgulho a responsável. Com o sucesso do projeto, criaram a Nevermind Indústria, que engloba a Love in a Box. “Este ano vamos passar um milhão de euros faturados com a Nevermind Indústria”, revela
Para além da produção em série, Susana Silva diz ter muitos pedidos de casas personalizadas, a chamadas “casas à medida”, idealizadas consoante o orçamento e o espaço disponível na casa das pessoas. “É uma casa que dá mais trabalho. Desde a preparação até a entrega ao cliente demora cerca de um mês a criar uma casinha”. A CEO adianta que estão a produzir cerca de duas casas à medida por semana.
O mobiliário pode ser usado tanto dentro de casa como no exterior e a montagem dos equipamentos pode ser facilmente realizada em família ou em alternativa pela equipa especializada da Love in a Box. Susana Silva conta que o “projeto está a ter uma aceitação tão boa” que até já têm escolas que querem os parques de diversão da Love in a Box.
O lançamento da marca superou as expectativas e a marca já tem um showroom na Suíça através de uma parceria com um parceiro português. Um ano depois do lançamento da marca, a Love In a Box já chegou a oito países, entre eles Espanha, França, Inglaterra, Suíça, Áustria, Liechtenstein, Alemanha. Antes da pandemia, a Nevermind empregava quatro pessoas, atualmente já são 25.
“A Love in a Box superou as expectativas, nunca pensei, o ano passado, conseguir pagar salários e manter a empresa com esta ideia”, destaca Susana Silva. Com a pandemia controlada, a Nevermind que se dedica aos eventos também já está a faturar, a Love in a Box está nas bocas do mundo e as novidades não ficam por aqui. Com o sucesso da empresa, a marca vai alargar o leque aos mais graúdos e a empresa vai lançar brevemente uma nova marca direcionada aos adultos, a Organic, inspirada na natureza.
“Está em fase de preparação e é uma marca de mobiliário para o público em geral. É uma fusão entre a casa, o mobiliário e a natureza”, revela ao ECO Susana Silva. Brinca e diz que os adultos já podem ter um escritório na árvore, um chalé, mobiliário como mesas, hortas, piscinas em madeira, entre muitos outros produtos. Com esta nova marca, a empresa está a contratar.
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