Portugal atira 1.361 milhões de dívida para 2028 e 2037
A oferta de troca de dívida realizada esta manhã permite a Portugal não só aliviar não só os reembolsos de 2023 e 2024, como também obter poupanças com juros.
A agência que gere a dívida pública portuguesa conseguiu trocar 1.361 milhões de euros em obrigações do Tesouro que iam vencer nos próximos três anos por títulos com maturidade apenas em 2028 e 2037.
Com esta oferta de troca de dívida, Portugal não só alivia os reembolsos que terá de efetuar em 2023 e 2024, como também obtém poupanças com juros, na medida que as novas obrigações foram emitidas a taxas inferiores aos títulos que comprou.
Os resultados da operação realizada esta quarta-feira são estes: o IGCP recomprou 1.080 milhões de euros em obrigações com maturidade em 2023 (com taxa de juro de 4,95%) e 281 milhões de euros em obrigações com maturidade em 2024 (5,65%); em contrapartida, “vendeu” a estes investidores 1.025 milhões de euros em títulos que vencem em 2028 (2,125%) e 336 milhões de euros em títulos que vencem em 2037 (4,1%).
Ofertas de troca de obrigações têm feito parte da estratégia de Cristina Casalinho, líder do IGCP, nos últimos anos, aproveitando a baixa dos juros nos mercados para assegurar uma melhor a gestão da dívida pública, alisando do perfil de reembolsos e reduzindo o custo da dívida. Em 2023 e 2024, Portugal terá de devolver aos investidores mais de 24 mil milhões de euros — agora um pouco menos, depois desta operação.
Para os investidores, esta troca de títulos poderá fazer sentido tendo em conta as alternativas que o mercado tem para oferecer nos próximos anos: assim, preferem abdicar de cupões de 5% em títulos que vencem dentro de pouco tempo para assegurarem títulos com maturidades mais longas e juros, ainda assim, acima de 2%.
Investidores acreditam em Portugal
“Através desta operação foi possível retirar pressão nas amortizações de mais curto prazo, passando essa responsabilidade para o longo prazo. O custo a que estas operações foram realizadas, está abaixo da média histórica de Portugal, o que permite, baixar a média dos juros pagos por todo o endividamento nacional“, explica Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa.
“Na perspetiva do investidor, este consegue trocar o investimento em dívida soberana portuguesa com yields negativas para uma rentabilidade positiva”, acrescentou o gestor, considerando ainda que o resultado da operação de troca de dívida “também prova que os investidores continuam a acreditar na recuperação da economia portuguesa, uma vez que estão a estender a maturidade dos seus investimentos.”
(Notícia atualizada às 12h08 com comentários de Filipe Silva)
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