Credit Suisse e Goldman Sachs exigem vacina no regresso ao escritório

A pressão das empresas dos Estados Unidos para a vacinação está a aumentar, com um maior número de companhias a exigir aos colaboradores que se vacinem antes do regresso ao escritório.

O Credit Suisse já informou os colaboradores não vacinados que terão de trabalhar em casa a partir de 7 de setembro, tendo o regresso ao escritório sido adiado para meados de outubro, dada a propagação da variante Delta no país. O Goldman Sachs, por seu lado, diz que a vacinação é agora um requisito para a entrada no banco de investimento.

E não são as únicas empresas a tomar essa decisão. Morgan Stanley e o Citigroup, na área da banca, também exigem vacinação aos trabalhadores na sede das companhias, embora esta não seja uma decisão transversal ao setor. Nas tecnológicas, a Google, por exemplo, e nos media o Washington Post — jornal detido por Jeff Bezos da Amazon — a vacinação é também um requisito para o regresso ao trabalho presencial.

“À medida que as preocupações aumentam em todo o país com a variante Delta, continuamos fortemente a encorajar os colaboradores a serem vacinados contra a Covid-19 e que se mantenham informados das mais recentes informações sobre os requisitos de uso de máscara e distância na sua zona”, disse o Credit Suisse, numa nota interna citada pela Reuters. “Isto é especialmente importante dada a mais elevada taxa de contágio da variante Delta.”

A elevada propagação da variante Delta levou a muitas empresas a rever os planos de regresso ao escritório e a reforçar uma política mais rigorosa de uso de máscara ou de requisitos de vacinação junto dos trabalhadores.

E em Portugal?

Esta semana o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, admitia que as empresas poderiam exigir a vacinação na contratação. “Podem, em termos de contratação de novos recursos, ter nos seus requisitos a opção de contratar pessoas que melhor contribuem em termos de saúde pública para um maior bem-estar e menor risco na empresa”, disse Luís Miguel Ribeiro, citado pela RTP. “É uma questão de razoabilidade e de bom senso”, acrescentou.

“Claro que uma empresa, se contratar pessoas que optam por não ter a vacina, sabem que estão a contratar pessoas que podem trazer riscos acrescidos”, disse ainda.

O PCP considerou “inaceitável” que as empresas obriguem os trabalhadores a apresentar um certificado de vacinação. Na Constituição, “o princípio do direito ao trabalho e do direito ao emprego são direitos invioláveis” e “são direitos fundamentais que as pessoas têm” em Portugal, lembrou Jerónimo de Sousa. “Esta questão da epidemia está a ser aproveitada por setores patronais” para promover “a discriminação” e “a desigualdade” no que diz respeito ao direito ao trabalho. “Quero reafirmar com veemência o caráter inaceitável dessa medida, de que quem não tem esse certificado não pode procurar emprego, não pode resolver os problemas da sua vida.”

Em Portugal, a vacina da Covid-19 não é obrigatória, sendo apenas recomendada, não existindo regulamentação específica para esta matéria.

A política das empresas, que depois de meses em teletrabalho estão a preparar o regresso ao escritório em setembro, tem sido incentivar a vacinação, bem como a testagem mais frequente dos trabalhadores.

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