Depósitos das famílias atingem recorde de 169,9 mil milhões de euros
Valor depositado pelos particulares junto das instituições financeiras deu um novo salto em julho. Famílias têm recorde de quase 170 mil milhões de euros junto dos bancos.
Mês após mês, o montante depositado pelas famílias junto dos bancos tem vindo a aumentar, num contexto de pandemia. E voltou, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal, a “engordar” no mês passado, estando já muito próximo da fasquia dos 170 mil milhões de euros. Trata-se de um novo recorde.
Julho, apesar de ser já um mês de férias, em que os gastos tendem a ser superiores, foi o 11.º mês consecutivo de aumento do valor confiado pelos particulares às instituições financeiras. O saldo aumentou em 1,45 mil milhões de euros face aos 168,46 mil milhões de euros registados em junho, elevando o total para 169,9 mil milhões de euros.
Depósitos dão novo salto em julho
No espaço de um ano, o valor depositado junto dos bancos cresceu em 10,7 mil milhões de euros. “A taxa de variação anual foi de 6,6%, valor 0,4 pontos percentuais acima do registado em junho”, refere o supervisor do sistema financeiro em comunicado. Recorde-se que junho tende a ser o mês em que muitas famílias recebem o subsídio de férias, pelo que é natural um salto mais expressivo no saldo dos depósitos.
Este aumento expressivo dos montantes depositados tem sido uma constante neste período de pandemia, que levou as famílias a ficarem mais em casa para se protegerem do vírus. Olhando para todo o período da pandemia, o aumento do valor depositado pelas famílias junto da banca é ainda mais expressivo. Se no final de março de 2020 havia 152,24 mil milhões de euros em depósitos, agora há mais 17,6 mil milhões de euros.
Os depósitos, que são o produto preferido pelos portugueses para poupar, apesar de boa parte deste dinheiro estar em contas à ordem ou a render juros muito baixos, ajudam a explicar o salto registado na taxa de poupança das famílias. No primeiro trimestre deste ano, ou seja, só até março, taxa de poupança dos portugueses subiu para 14,2% do rendimento disponível.
Mais crédito a famílias e às grandes empresas
Ao mesmo tempo que se atingem novos recordes nos depósitos, continua a aumentar o recurso ao financiamento dos particulares para a compra de habitação. E também se assistiu, segundo os dados do Banco de Portugal, a um crescimento nos valores concedidos às empresas, nomeadamente às grandes empresas.
“A taxa de variação anual dos empréstimos a particulares para habitação foi de 3,9%, o que reflete um aumento de 0,3 pontos percentuais face a junho”, diz o supervisor, acrescentando que no caso dos empréstimos para o consumo, a taxa de variação anual aumentou 0,2 pontos percentuais relativamente ao mês anterior, para 1,6%”.
No caso das empresas, os empréstimos concedidos pelos bancos “apresentaram uma taxa de variação anual de 5,9%, menos 0,4 pontos percentuais do que o observado no mês anterior”. O Banco de Portugal destaca a “evolução dos empréstimos às pequenas e às microempresas, cujas taxas de variação anual diminuíram 1,4 pontos e 0,7 pontos, para 7,2% e 10,8%, respetivamente”. “Em sentido contrário, a taxa de variação anual dos empréstimos às grandes empresas aumentou 1,5 pontos percentuais, para 2,3%“, remata.
(Notícia atualizada às 11h20 com mais informação)
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