Preço da eletricidade atinge novo recorde de 130,53€/MWh. Saiba como reduzir fatura da luz

Os preços no Mibel vão bater amanhã um novo recorde de 130,53€/MWh. A ERSE diz que "é prematuro antecipar qualquer decisão" de uma nova subida das tarifas reguladas, como aconteceu em julho.

Com a energia elétrica a bater no início desta semana novos recordes sucessivos de preços no mercado grossista ibérico (Mibel) e a chegar esta segunda-feira aos 124,45 euros por MWh, rebentando depois a escala com 130,53€/MWh na terça, a dúvida mantém-se: o que vai acontecer às faturas da luz dos portugueses? A Deco já veio dizer que é certo que as faturas vão subir para todos, tanto no mercado regulado como no livre, mas o Governo promete descidas nas tarifas para 2022.

Por seu lado, a ERSE diz que, “neste momento, é prematuro antecipar qualquer decisão” de uma nova subida das tarifas reguladas, como aconteceu em julho. “As revisões, atualizações e fixações de tarifas e preços de eletricidade são feitas nos termos e prazos regulamentares”, revelou o regulador ao ECO/Capital Verde.

No entanto, são já 69% os portugueses que não concordam com o montante que pagam mensalmente pela energia elétrica consumida, de acordo com um estudo realizado no mercado nacional pela EI – Energia Independente, empresa especializada em autoconsumo fotovoltaico do grupo Galp. Uma percentagem que pode subir ainda mais se as contas da luz voltarem a disparar por conta do que se passa no Mibel.

Do lado das elétricas, EDP, Galp e Endesa garantiram ao ECO/Capital Verde que não vão mexer nas tarifas para já. E só a Iberdrola admitiu revê-las se a tendência de preços no Mibel se mantiver. O cenário confirma-se: de um preço médio mensal nos mercados grossistas de 67,1 euros por MWh em maio e de 83,3 euros em junho, o valor disparou para os 104,38 euros por MWh neste mês de agosto.

Para esta terça-feira, 31 de agosto, o Omie dá como certo que o preço do MWh em Portugal e Espanha se vai situar, em média, num valor nunca antes visto de 130,53 euros (máximo de 137,46 euros por MWh e mínimo de 123,35 euros por MWh), isto depois de um dia antes, ter já chegado a um máximo histórico de 124,45€/MWh.

Diz a ERSE que cada comercializador segue a sua própria estratégia de aprovisionamento de eletricidade, de forma a oferecer as melhores condições comerciais em ambiente concorrencial. Mas as elétricas estão já à espera da proposta tarifária para 2022, que o regulador vai apresentar a 15 de outubro, para reverem as suas políticas de preços, sabe o ECO/Capital Verde.

“Com o novo aumento dos preços da eletricidade, desde 1 de julho para os clientes domésticos no mercado regulado, e com as flutuações deste mercado, a conta de eletricidade é cada vez mais uma dor de cabeça para os portugueses”, refere o estudo da ei energia independente, respondendo a algumas questões comuns e propondo algumas dicas para otimizar o consumo de eletricidade e poupar na conta mensal.

É mais barato deixar o ar condicionado ligado a uma temperatura constante ou ligá-lo de forma intermitente?

Diz o estudo que “funcionando num regime constante”, estas máquinas são mais eficientes. No entanto, é aconselhado ter em atenção os horários contratados, tendo em conta que será sempre mais económico evitar ligar o ar condicionado durante os períodos fora das “horas de vazio”. Para quem tem tarifa bi-horária, deixar o ar condicionado ligado todo o dia significa um maior gasto com o funcionamento do aparelho nas horas em que a energia é mais cara.

Ligar as máquinas de lavar à meia-noite ajuda a poupar na conta de eletricidade? Usar o forno aumenta os custos?

A resposta às duas respostas é afirmativa no caso dos consumidores que têm tarifa bi-horária. A opção é fazer uma boa gestão dos horários ou então optar pela tarifa simples. Outra alternativa, quando aplicável, pode fazer sentido optar por soluções de autoconsumo, com painéis solares fotovoltaicos em casa, que aliados a uma tarifa bi-horária “permitem gerar a energia renovável própria e a baixo custo durante o dia, o que significará um custo muito mais baixo no final do mês”, refere a ei.

Como reduzir as contas elevadas associadas à utilização de máquinas de lavar roupa e louça?

É recomendado um uso responsável destes aparelhos para manter a fatura de eletricidade sob controlo. Para isso, o melhor é programar as máquinas para ciclos de lavagem em horas “de vazio” (noites e fins de semana). Se produzir a sua própria energia doméstica, não será necessária tanta preocupação em relação às horas de utilização dos eletrodomésticos que gastam mais eletricidade, refere o estudo da EI.

Que aparelhos não devem mesmo ser utilizados nas horas em que a energia elétrica é mais cara?

Os fins-de-semana são normalmente cobertos por uma tarifa mais baixa, sendo um período “vazio”. Mas as horas centrais “fora de vazio” dos dias de semana tendem a ser mais requisitadas numa altura em que o teletrabalho, ou o confinamento, são recorrentes. Deve usar nas horas de “vazio” o ar condicionado, secadores de roupa, que têm um consumo de energia muito elevado, e também o forno.

Que poupança se pode obter com o autoconsumo de energia?

O estudo da EI apurou que, “numa moradia unifamiliar, com um consumo atual de eletricidade da ordem dos 100 euros mensais, pode, com a instalação de painéis solares, obter uma poupança anual de mais de 500 euros”, com retorno do investimento a sete anos e menos 900 kgs de emissões de CO2 num ano. Uma das conclusões do estudo aponta que 36% dos portugueses reconhecem que não têm um grande conhecimento sobre o autoconsumo. Por outro lado, 98% dos portugueses inquiridos acreditam na necessidade de repensar a forma como consomem energia.

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