Melhor que um M3? Um M3 Competition
O 3.0 biturbo do M3 Competition rebenta com a barreira do meio milhar de cavalos. É muita potência para devorar asfalto.
O BMW M3 é daqueles carros que têm uma enorme legião de fãs. Geração atrás de geração, foi conquistando muitos amantes de automóveis, atraídos pela potência que a divisão M da marca bávara sempre soube injetar, de forma exemplar, nestes modelos. E há muitos (mas mesmo muitos) cavalos debaixo do capot desta berlina… familiar! São tantos que são capazes de envergonhar alguns ditos superdesportivos.
Ao longo de várias décadas, o M3 foi ganhando potência. De uns respeitosos 200 cv da primeira geração, rapidamente se superou a fasquia dos 300 cv. Mais recentemente, passou-se a marca dos 400 cv, sendo que a nova geração vem carregada com quase cinco centenas destes “bichos”. E o 3.0 biturbo do M3 Competition rebenta mesmo com essa barreira do meio milhar.
Se a versão “civilizada” já é de arrepiar, o Competition é a loucura total. Ao toque no Start acordamos o “monstro”. Cumprimenta-nos, a nós e aos vizinhos todos, com um ronco que impõe respeito, para logo depois sossegar. Ronrona, mas é impossível não fazer barulho quando se tem uma máquina destas nas mãos. Mas este não é dos que “ladra mas não morde”. Morde. E bem!
Encostados à backet
Caixa em Drive, as duas mãos no volante e o mais pequeno toque no pedal do acelerador devolve-nos resposta imediata. Sentados confortavelmente nas backets revestidas a pele, somos quase que esmagados contra ela quando pedimos mais vigor. As rotações sobem, o barulho dos escapes aumenta de volume. E vamos devorando o asfalto — os 0 aos 100 km/h cumprem-se em apenas 3,9 segundos —, conquistando lugares na corrida do dia a dia, em plena cidade.
Tudo acontece ainda mais rápido em estrada aberta. Tão rápido que é preciso tento com o pé direito para evitar azares com as autoridades. Este é um carro com 510 cv que chega aos 250 km/h, mas apenas porque está limitado eletronicamente. Dá mais. Muito mais, assim haja coração para aguentar a “fera” (e dinheiro para o M Driver’s Package que tira o limitador, permitindo chegar aos 190 km/h). “Mãozinhas” também, embora as múltiplas ajudas a condução permitam fazer alguns brilharetes ao volante sem perder o norte.
Medir o drift
Há controlos para tudo, mas também há botões para os desligar, permitindo “brincar” um pouco com o M3 Competition. E nada melhor para o testar que uma boa rotunda, daquelas meio desniveladas que se encontram nas estradas portuguesas, para deixar deslizar os 4,79 metros desta berlina familiar. O resultado vê-se no ecrã do tablier, através do M Drift, uma aplicação que lhe dá estrelas consoante os graus de inclinação conseguidos.
O M3 Competition escorrega sobre o asfalto quando se lhe pede isso mesmo, mas acabada a brincadeira – leia-se, ligadas as ajudas – parece que há carris debaixo dos pneus, mesmo que se puxe por ele nas curvas e contracurvas. Oferece uma grande sensação de segurança, que é o que se pede quando estamos ao volante de um “monstro” desejado por tantos, mas ao alcance de muito poucos. O preço? Equipado como deve ser, supera os 150 mil euros, mas é preciso não esquecer de somar os litros de gasolina para o alimentar.
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