Governo vai leiloar mais de 400 MW de solar flutuante nos próximos quatro anos

Em setembro serão reveladas as barragens portuguesas que vão acolher painéis solares nos seus espelhos de água. Os promotores terão de licitar também pela concessão da superfície a ocupar.

O Governo vai apresentar ainda neste mês de setembro as regras para os próximos leilões de energia solar a realizar no último trimestre de 2021, desta vez com a grande novidade dos projetos de solar flutuante nos espelhos de água de várias barragens portuguesas do norte, centro e sul do país.

Falta saber quantas barragens são e quais as eleitas pelo Executivo para acolher painéis solares na superfície das suas albufeiras, sendo quase certo que uma delas será a do Alqueva, onde a EDP já começou a desenvolver este verão um projeto flutuante com 12 mil painéis solares (4 MW) espalhados por quatro hectares.

Para já, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, revelou esta segunda-feira num fórum internacional sobre energia solar que nos próximos quatro anos o Governo vai leiloar mais de 400 MW de capacidade solar flutuante em Portugal, sendo que os promotores interessados nesta modalidade terão de licitar não só pela pela capacidade injeção na rede mas também, em simultâneo, pela concessão da superfície de água.

Os valores finais estão a ser fechados até ao final desta semana, para depois serem publicadas as regras (caderno de encargos e programa do procedimento), as barragens a leilão, as potências disponíveis em cada barragem.

“O Governo quer expandir as fronteiras do solar fotovoltaico nos próximos leilões. Vamos revelar este mês que barragens vão estar a leilão e qual a capacidade. É um desafio importante em termos técnicos mas ao mesmo tempo os promotores vão ter uma mitigação do risco em termos de disponibilidade dos terrenos e dos respetivos custos. A diferença passa pela previsibilidade da ocupação de longo prazo”, revelou Galamba na sua intervenção, que se seguiu à da comissária europeia da Energia, Kadri Simson.

O governante revelou ainda que nos próximos leilões haverá de novo duas modalidades disponíveis, tal como nos anteriores, com remuneração à rede e tarifa fixa, por 15 anos.

“A melhor resposta que podemos dar aos preços em alta no Mibel é acelerar as renováveis em Portugal, nomeadamente o solar, a tecnologia menos desenvolvida e com mais potencial. O solar flutuante é uma das formas de revertermos o subdesenvolvimento do solar fotovoltaico em Portugal. Apesar de ser o país com um dos maiores potenciais, a atual capacidade instalada solar é bastante baixa em termos percentuais no mix energético em Portugal quando comparado com os restantes países europeus”, disse Galamba.

O secretário de Estado revelou também que os ganhos apurados dos leilões de 2019 para os consumidores portugueses ao longo de 20 anos — no valor de 600 milhões de euros — já duplicaram entretanto para 1,2 mil milhões de euros, de acordo com as últimas contas feitas em junho aos preços em alta no Mibel. Quanto aos ganhos aputados de 560 milhões em relação ao leilão de 2020, Galamba garante que “também vão aumentar” e beneficiar os consumidores.

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